Maior parte trabalhava em plantações de laranja. No Brasil todo foram 140 em operação
Trabalhadora encontrada em situação análoga à escravidão, em 2017.│ Divulgação/MPT
Em Goiás, 32 trabalhadores foram liberados, após Operação Resgate realizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). Dentre eles, 24 trabalhavam em plantações de laranja e um senhor que trabalhava há 15 anos em troca de moradia, além de outros 7 localizados em Cristalina. O estado lidera o ranking dos resgates, seguido de Minas Gerais (27) e Mato Grosso do Sul (25).
A Operação Resgate, anunciada nesta quinta-feira, 28, resgatou até o momento 140 trabalhadores de condições análogas à escravidão. Houve fiscalizações em 23 Unidades da Federação. A operação teve início no dia 13 de janeiro, e é maior força-tarefa de combate ao trabalho escravo já realizada no Brasil.
Integram a operação o Ministério Público do Trabalho (MPT), a Polícia Federal (PF), a Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) do Ministério da Economia, o Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública da União (DPU).
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Em entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira, 28, no Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, em Brasília, as instituições destacaram o perfil variado das vítimas. Entre elas, estão trabalhadores do meio urbano e rural, bem como indígenas, adolescentes, trabalhadoras domésticas, migrantes estrangeiros, pessoas com deficiência e idosos.
O procurador-geral do MPT, Alberto Balazeiro destacou que os números expressivos e a abrangência nacional das fiscalizações demonstram que ainda há muito trabalho a ser feito. “As atividades em que ocorre trabalho escravo são múltiplas, desde as oficinas de costura até a atividade rural, doméstica e garimpo, que provam que ainda há um cenário muito duro a ser combatido”, afirmou.
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Investigação de irregularidades
Além do resgate dos trabalhadores, a ação integrada tem como objetivo verificar o cumprimento das regras de proteção ao trabalho, a coleta de provas para garantir a responsabilização criminal daqueles que lucram com a exploração e a reparação dos danos individuais e coletivos causados aos resgatados.
Foram realizadas até o momento 64 ações fiscais, lavrados 360 autos de infração e identificados 486 trabalhadores sem registro na carteira de trabalho. Serão destinados cerca de R$ 500 mil em verbas rescisórias aos trabalhadores flagrados em condições análogas à escravidão e cada um deles terá direito a três parcelas do seguro-desemprego.