Congresso pressiona governo a retomar o pagamento do auxílio emergencial de qualquer maneira
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, contrariou o Congresso nesta terça-feira (9/2) ao afirmar que entende a necessidade de um novo auxílio emergencial, mas que é preciso ter contrapartidas para isso.
“Há consenso no Executivo e no Legislativo de que, se algo for feito, tem que ser com disciplina fiscal”, disse o presidente durante participação no evento Observatory Group.
Segundo ele, é preciso tomar ações para que a dívida não continue crescendo. “A reação dos mercados nos mostra que a fragilidade fiscal pesa mais do que os eventuais benefícios para se colocar mais dinheiro na economia. Pode acabar tendo o efeito contrário, de contração da economia”, observou.
O comando do Congresso, entretanto, sinalizou que os gastos com o benefício devem ocorrer independentemente do teto de gastos.
“Só temos duas saídas: ou votamos rapidamente o Orçamento ou o governo federal vai procurar alguma forma de o Congresso excepcionalizar temporariamente (o teto), até que tenhamos orçamento para votar um projeto de novo de inclusão mais acessível para a população e que traga as pessoas que estão numa situação muito difícil”, disse o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) em entrevista em Alagoas.
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, defende que o orçamento do auxílio venha da aprovação de uma cláusula de calamidade pública, que suspenderia as regras fiscais enquanto a medida estivesse em vigor.
O único consenso entre as áreas política e econômica é que o valor do auxílio será menor do que o pago no ano passado – que foi de R$ 300 a R$ 600 e chegou a R$ 1.200 para mães solteiras. O valor agora seria na casa dos R$ 200.