quinta-feira - 09 - maio - 2024

Polícia / Cidades / Crixás / Golpe do Pix: Banco do Brasil devolve R$ 4,6 milhões que sumiram da conta da Prefeitura de Crixás após golpe do Pix

FOTO: FAGNER PINHO/MP-GO

Mais de R$ 4 milhões foram desviados dos cofres da Prefeitura de Crixás, no Vale do São Patrício, por estelionatários por meio do Pix, um meio eletrônico não adotado pela gestão municipal que tem à frente o prefeito Carlos Seixo de Brito Junior (Cidadania). A notícia foi confirmada pelo advogado Tyrone Guimarães, que acionou a Polícia Civil (PC) e a gerência regional do Banco do Brasil.

Conforme o advogado, um homem dizendo se chamar Fernando de Oliveira, se identificando como gestor do suporte de rede do BB, ligou para o secretário de Finanças, Jovael Maciel da Luz, com informações detalhadas sobre a conta da prefeitura e sobre as senhas cadastradas junto à agência. “Era uma pessoa bem articulada, que induziu o secretário a fazer alterações nas chaves”.

A prefeitura só tomou conhecimento das transações no período da tarde quando a gerente regional de suporte de rede do BB notou que algo estava errado. Jovael Maciel da Luz soube da fraude ao ser comunicado que não havia nenhum Fernando de Oliveira no quadro funcional da agência. Foram 12 transferências para três pessoas que totalizaram R$ 4,6 milhões. “É o que conseguimos apurar até agora porque as contas estão bloqueadas para a prefeitura. Já sabemos os nomes dessas pessoas, mas não as contas e os CPFs”, relatou o advogado.

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A Secretaria de Finanças de Crixás nunca utilizou PIX como meio de pagamento. Segundo Tyrone Guimarães, para convencer o secretário, o estelionatário citou dados que somente servidores específicos teriam acesso e também a gerente de suporte de redes do BB, que fica baseada em Ceres, a cerca de 90 km de distância. “Fomos vítimas de estelionatários. A nossa preocupação é que outras prefeituras não caiam nesse golpe, cada vez mais frequente envolvido o PIX”, afirmou o advogado.

Um ofício foi encaminhado pela administração de Crixás ao BB pedindo mais informações. “O que é estranho é que normalmente é exigida pré-autorização para transferências de quantias tão altas, pedem 24 horas para limites maiores. Não é tão simples assim essa movimentação, ainda mais envolvendo um órgão público”, diz Tyrone Guimarães. Somente em uma transação foram transferidos por PIX mais de R$ 500 mil.

Após a Prefeitura de Crixás, no norte de Goiás, denunciar que perdeu R$ 4,6 milhões em um golpe do PIX, o Banco do Brasil devolveu o dinheiro às contas do governo municipal. Na denúncia, o secretário de Finanças disse que recebeu uma ligação de uma pessoa se passando por gerente do banco e pedindo para atualizar a chave de segurança. Segundo o prefeito do município, a Polícia Civil continuará investigando o caso.

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“O dinheiro retirado indevidamente das nossas contas foi restituído por completo. Isso não significa que o processo de inquérito policial esteja findado. Ele continua, mas nós já recuperamos todo o dinheiro que foi retirado de forma fraudulenta das contas bancárias do município”, disse o prefeito, doutor Carlos. De acordo com uma nota divulgada pelo município, a Polícia Civil vai continuar investigando o caso “para encontrar o responsável pelo crime e a sindicância interna do Banco do Brasil para encontrar a falha e elucidar a verdade real dos fatos seguirão até que os criminosos sejam identificados e exemplarmente punidos”.

A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil de Crixás, por ligação feita às 17:25hB, para saber como está o andamento das investigações, mas foi informada de que o delegado está com COVID-19 e, por isso, não pode prestar nenhuma declaração no momento. O secretário de Finanças, Jovael Maciel da Luz, disse que o dinheiro que estava na conta era do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e de arrecadações feitas pela prefeitura. O valor, que tinha sido desviado, é para pagar fornecedores.

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