Publicado por: Marcelo José de Sá Diretor-Presidente e Editor-Geral do Site do Jornal Espaço
Foto: Reprodução/Instagram/@b.netanyahu/@yoav.gallant
A esquerda o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e a direita o ministro da Defesa, Yoav Gallant
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, demitiu nesta terça-feira, 05/11, Yoav Gallant, ministro da Defesa. O mandatário afirmou que houve muitas lacunas de ideias entre ele e Gallant sobre a gestão de guerras de Israel, e este seria o principal motivo da demissão. O atual chanceler da nação, Israel Katz, foi o escolhido para substituir Gallant no ministério e Gideon Saar deve assumir sua posição como ministro das Relações Exteriores.
A declaração foi divulgada por um vídeo emitido pelo gabinete oficial e representa uma ação dramática para Netanyahu, já que Gallant é uma figura poderosa dentro de seu partido, o Likud. Segundo jornais israelenses, o estopim do conflito entre os dois políticos teria sido o apoio de Gallant no alistamento de homens ultraortodoxos nas Forças Armadas de Israel.
Após o ocorrido, Gallant se pronunciou em uma publicação no X. “A segurança do Estado de Israel foi e sempre será a missão da minha vida”, escreveu. Os dois já tiveram alguns desentendimentos sobre a gestão de guerra antes, mas Netanyahu disse que tinha evitado demitir seu rival até então.
No começo do conflito ambos concordavam com a frente de atuação unificada em resposta ao ataque do Hamas, em 7 de outubro de 2023, mas com a permanência do estado de guerra e a chegada ao Líbano as diferenças políticas dos comandantes ficaram evidentes, o primeiro-ministro pedia por pressão militar contínua sobre o Hamas, mas o ex-ministro da Defesa seguiu com uma abordagem pragmática, justificando que o uso da força militar criou as condições necessárias para um acordo diplomático útil que poderia trazer os reféns mantidos pelo grupo.
Netanyahu já tinha tentado demitir Gallant em março de 2023, mas a prévia da escolha desencadeou manifestações populares contra a decisão e o primeiro-ministro. Após isso, ele deu indícios do afastamento no verão deste ano, mas postergou a ordem até o anúncio de terça-feira.
A ação resultou em várias reações diferentes do público e dos demais políticos, centenas de israelenses se reuniram em Tel Aviv em um protesto contra a demissão, incentivado pelo presidente do The Democrats, Yair Golan. Itamar Ben Gvir, ministro da Segurança Nacional, concordou com a decisão de Netanyahu, afirmando que “não é possível alcançar a vitória absoluta com Gallant no cargo”.
Os conflitos em Gaza começaram em outubro do ano passado e se estendem até hoje; o primeiro ataque do Hamas provocou 1,2 mil mortes e cerca de 250 reféns. Um documento divulgado no início de outubro deste ano pelas Forças Armadas de Israel mostrou que 782 soldados morreram em combate na Faixa de Gaza e nos ataques do grupo terrorista. O Ministério da Saúde também divulgou que o território palestino sofreu com quase 42 mil mortes pelos conflitos das forças armadas de Israel e o Hamas.
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