domingo - 06 - julho - 2025

Mundo / Irlanda / Lar Religioso Maldito: Irlanda inicia preparativos para exumação de 796 bebês mortos em lar religioso

Publicado por: Marcelo José de Sá Diretor-Presidente e Editor-Geral do Site do Jornal Espaço

 

Em conclusões entregues em 2021, a comissão que analisou os casos destacou níveis de mortalidade infantil ‘alarmantes’ em instituições similares, onde 9.000 crianças teriam morrido

Bebê recém-nascido

O trabalho realizado por Catherine Corless facilitou a abertura de uma comissão de investigação nacional

 

Mais de 10 anos depois da descoberta de uma fossa comum onde estão enterrados 796 bebês e crianças onde antes era um lar religioso na Irlanda, os preparativos para realizar as primeiras exumações começaram nesta segunda-feira (16). O perímetro foi delimitado por causa das exumações que começarão no próximo mês. Em 2014, a historiadora irlandesa Catherine Corless conseguiu provar que vários menores, desde recém-nascidos até crianças de nove anos, morreram no abrigo Santa Maria do Bom Socorro de Tuam, a 200 quilômetros ao oeste de Dublin.

Suas buscas ajudaram a identificar o local onde seus corpos foram enterrados: a antiga fossa séptica do lar administrado por religiosas católicas. Embora essa instituição para mulheres grávidas não casadas e suas crianças tenha sido destruída em 1972, a fossa séptica ficou intacta. Restos humanos de bebês já foram descobertos nesse local nas primeiras buscas realizadas entre 2016 e 2017. O trabalho realizado por Catherine Corless facilitou a abertura de uma comissão de investigação nacional sobre os maus-tratos infligidos nesses lares a mães e crianças.

Em suas conclusões entregues em 2021, a comissão destacou níveis de mortalidade infantil “alarmantes” nessas instituições, onde 9.000 crianças morreram, segundo indicou. No total, 56.000 mulheres solteiras e 57.000 crianças passaram por 18 abrigos desse tipo na Irlanda entre 1922 e 1988. “Quando comecei esse projeto, ninguém queria me escutar (…). Eu suplicava: tirem os bebês desses tubulações, vocês têm que oferecer a eles o enterro cristão digno que lhes foi negado”, contou a historiadora de 71 anos à AFP.

Naquela época, as mulheres grávidas fora do matrimônio eram presas nesses locais a pedido do Estado irlandês e da poderosa igreja católica, e que administravam de maneira conjunta. Davam à luz antes de serem separadas de seus filhos, frequentemente dados para adoção.

*Com informações da AFP

 

Sugestão de pauta ou denúncias é só enviar no e-mail: redacao@jornalespaco.com.br

Contatos de Reportagens e Marketing:

62 9 9989-0787 Vivo

62 9 8161-2938 Tim

62 9 9324-5038 Claro

Instagram: @Jornal Espaço

plugins premium WordPress