Publicado por: Marcelo José de Sá Diretor-Presidente e Editor-Geral do Site do Jornal Espaço
A Câmara do Conselho de segurança, conforme visto em 16 de novembro de 2023. Foto por Wikiweeki – Trabalho próprio, CC BY 4.0. Fonte: Wikipédia
Os Estados Unidos mais uma vez se isolaram diplomaticamente na quinta-feira, dando o único voto dissidente para vetar uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas exigindo um cessar-fogo imediato e permanente em Gaza. A resolução, que recebeu apoio de todos os outros 14 membros do conselho, também pediu que Israel suspenda todas as restrições à entrada de ajuda humanitária no território palestino.
Isso marcou a sexta vez que Washington vetou uma resolução do Conselho de Segurança pedindo um cessar-fogo desde que a guerra começou, após o ataque do Hamas em 7 de outubro a Israel. O padrão tem consistentemente colocado os Estados Unidos em isolamento diplomático, mesmo entre seus aliados mais próximos.
A resolução, elaborada pelos 10 membros eleitos do conselho de 15 membros, exigia não apenas um cessar-fogo imediato, mas também a libertação imediata, digna e incondicional de “de todos os reféns mantidos pelo Hamas e outros grupos.” Além disso, pediu que Israel suspenda imediatamente e incondicionalmente todas as restrições à entrada de ajuda humanitária em Gaza.“
Morgan Ortagus, conselheiro da missão dos EUA nas Nações Unidas, descartou a resolução como performativa, afirmando que os membros do conselho “optaram por uma ação performativa—projetada para atrair um veto—que estende os terroristas do Hamas e aqueles que os financiam e os apoiam, e lhes dá uma tábua de salvação.”
Ortagus argumentou que a resolução “não condena o Hamas ou reconhece o direito de Israel de se defender, e legitima erroneamente as falsas narrativas que beneficiam o Hamas, que infelizmente encontraram moeda neste conselho.”
O embaixador israelense Danny Danon ecoou essas críticas, dizendo ao conselho que “para alguns membros do conselho, esta é uma performance. Para Israel, essa é uma realidade diária.” Danon condenou a resolução por ser “apresentada sem condenação do Hamas, sem condenação do massacre de 7 de outubro e sem uma exigência de desarmamento do Hamas.”
“Isso não é diplomacia. Isso é rendição,” Danon declarou, enfatizando que Israel continuaria as operações militares até que todos os reféns fossem devolvidos.
Tanto as autoridades dos EUA quanto as israelenses têm levantado consistentemente preocupações sobre o preconceito dentro das instituições da ONU contra Israel. A posição americana reflete as queixas de longa data de que as resoluções da ONU não condenam adequadamente o Hamas enquanto colocam a culpa desproporcional em Israel pela crise humanitária.
A resolução citou um relatório contestado apoiado pela ONU afirmando que existem condições de fome na cidade de Gaza e arredores. Os críticos do relatório questionaram sua metodologia e seu timing, com alguns sugerindo que ele serve para legitimar narrativas favoráveis ao Hamas.
A resolução descreveu a situação humanitária em Gaza como “catastrófico,” referenciando relatórios das autoridades de crise alimentar alertando que as condições de fome poderiam se espalhar pelo território sem intervenção imediata. No entanto, as autoridades dos EUA apontaram para desafios significativos na distribuição de ajuda, observando que os suprimentos humanitários da ONU são “saqueados a taxas alarmantes.”
A questão da entrega da ajuda destaca o complexo ambiente de segurança que Israel cita como justificativa para suas restrições, argumentando que o acesso irrestrito poderia beneficiar militantes do Hamas que historicamente sequestraram recursos humanitários para fins militares.
O momento da votação, poucos dias antes da reunião anual da Assembleia Geral da ONU, acrescenta significado às tensões diplomáticas. Espera-se que os principais aliados dos EUA, incluindo o Reino Unido e a França, reconheçam um Estado palestino independente durante a assembleia—um movimento veementemente combatido por Israel e pelos Estados Unidos.
A votação do Conselho de Segurança coincidiu com o lançamento, por Israel, de uma nova ofensiva terrestre na cidade de Gaza em sua oferta final para eliminar o Hamas. As forças israelenses mantiveram sua posição de que a pressão militar é necessária para garantir a libertação de reféns ainda mantidos pelo Hamas e outros grupos.
O padrão persistente dos vetos dos EUA reflete o apoio inabalável do governo ao direito de autodefesa de Israel, mesmo quando enfrenta uma crescente pressão internacional para facilitar um cessar-fogo e aumentar o acesso humanitário aos 2,1 milhões de palestinos de Gaza.
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