Publicado por: Marcelo José de Sá Diretor-Presidente e Editor-Geral do Site do Jornal Espaço
Proprietário do helicóptero, Piñera tinha habilitação para conduzir a aeronave desde 2004, segundo jornal chileno Clarín
O ex-presidente chileno Sebastian Piñera, 74, morreu em uma queda de helicóptero nesta terça-feira, 6. Habilitado e proprietário da aeronave envolvida no acidente, Piñera já havia passado por problemas técnicos com o helicóptero e foi obrigado a fazer um pouso forçado em 2011, segundo o jornal Clarín.
Piñera pilotava um helicóptero de modelo Robinson R44, com capacidade para quatro tripulantes. Um dos mais vendidos, o site da marca descreve a aeronave como ‘economica e de alto desempenho’. O helicóptero também é anunciado com um sistema de combustível ‘à prova de colisões’. A linha foi renovada em 2007.
Um piloto ouvido pelo jornal chileno ressaltou a qualidade do helicóptero, mas fez ressalvas quanto ao seu uso. “É um helicóptero muito bom, mas é frágil como todo equipamento privado e monomotor. O ex-presidente decolou em um momento inoportuno, isso deve ter complicado a situação e terminou do jeito que aconteceu”, considerou Carlo Rinzelli.
Ainda segundo o especialista, o helicóptero é constituído de materiais de boa qualidade, mas deve ser operado em condições específicas. “Não é que não possa voar com chuva ou turbulência, mas a própria fábrica orienta a não fazê-lo”, afirma.
Foto: Arterra/Universal Images Group via Getty Images
Modelo de helicóptero usado pelo ex-presidente do Chile, Sebastian Piñera
O próprio Piñera passou por momentos de tensão com o helicóptero em 2011, enquanto voava para as férias de verão. No dia 22 de janeiro daquele ano, a aeronave ficou sem combustível e o então presidente foi obrigado a fazer um pouso forçado nos arredores do Curanipe, no litoral do Chile, a 300 km da capital Santiago.
Piñera chegou a mentir sobre o incidente e negou ter se tratado de um pouso forçado, explicando que se tratava de uma ‘parada programada’, apontou o Clarín.
Licença para voar
Piñera obteve sua habilitação para pilotar helicópteros em 2004. Em uma entrevista de 2011 seu instrutor, Alfonso Wenzel, lembrou que o então presidente tinha sido um aluno ‘autodidata’. “Era um homem muito ocupado, às vezes se ausentava, às vezes ficava só 15 minutos. Por ser professor, eu ficava preocupado. Para aprender a voar, é preciso uma rotina muito rigorosa”.
O instrutor conta, também, que das 40 horas obrigatórias de estudos para a prova teórica, Piñera participou de somente 16, o resto aprendeu sozinho. “Eu achava que ele nem ia passar na prova, porque nunca se aprofundou muito”.
Terra
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