Publicado por: Marcelo José de Sá Diretor-Presidente e Editor-Geral do Site do Jornal Espaço
Foto: NOAA/GOES/AFP
Foto da tempestade tropical Beryl, em 29 de junho de 2024, antes de tornar-se um furacão
O furacão Beryl ficou ainda mais potente e foi elevado na segunda-feira à noite à categoria 5, um fenômeno “potencialmente catastrófico”, depois de passar por várias ilhas no sudeste do Caribe, onde provocou fortes chuvas e ventos devastadores.
Beryl é agora a tempestade de categoria 5 registrada mais cedo no Atlântico e um furacão “potencialmente catastrófico”, com ventos máximos sustentados de 260 quilômetros por hora, informou o Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos na segunda-feira.
Algumas horas antes, a ilha Carriacou, em Granada, recebeu o impacto direto “do extremamente perigoso muro do olho do furacão”. Ilhas próximas, como São Vicente e Granadinas, também registraram “ventos catastróficos e tempestades ciclônicas potencialmente fatais”, afirmou o NHC.
“Em meia hora, Carriacou estava arrasada”, disse o primeiro-ministro de Granada, Dickon Mitchell, em entrevista coletiva.
Imagens de vídeo obtidas pela AFP mostram chuvas torrenciais e ventos intensos em St. George, em Granada. Durante a manhã, o NHC havia elevado Beryl à categoria 4 e o classificou como “extremamente perigoso”.
“Não vá a lugar nenhum até receber o sinal verde”, pediu o ministro de Assuntos Públicos de Barbados, Wilfred Abrahams.
Em Bridgetown, capital de Barbados, os carros faziam fila nos postos de gasolina, enquanto os supermercados e mercearias estavam lotados de pessoas que compravam alimentos, água e outros suprimentos.
Durante a tarde, as autoridades de Barbados, a mais oriental das ilhas de Barlavento (arquipélago das Antilhas menores), relataram estragos causados por fortes ventos e chuvas torrenciais, mas disseram ter evitado o desastre, sem o registro de feridos.
O serviço meteorológico da ilha rebaixou o alerta de furacões a um aviso de ventos até às 19h de Brasília.
Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, Granada estão em alerta por furacão, enquanto Martinica, Dominica e Trinidad advertem para uma tempestade tropical.
Em Trinidad e Tobago, os alertas para uma tempestade tropical e furacões expiraram simultaneamente, segundo o NHC.
Em Tobago, a menor das duas ilhas, foi declarado estado de emergência e o fechamento das escolas “até novo aviso”, segundo o chefe do governo, Farley Augustine.
Uma reunião do bloco regional caribenho Caricom prevista para Granada nesta semana foi adiada devido à passagem do furacão.
A caminho do México
Segundo os especialistas, uma tempestade tão poderosa no início da temporada de furacões, que vai do início de junho ao final de novembro no Atlântico, é extremamente rara.
“Apenas cinco grandes furacões (categoria 3+) foram registrados no Atlântico antes da primeira semana de julho”, escreveu na rede X o especialista em furacões Michael Lowry.
De acordo com o previsto, Beryl continuará sua trajetória durante a madrugada de terça-feira no estado mexicano de Quintana Roo (oeste), onde estão localizados os balneários de Cancún e Riviera Maya.
“Estamos pendentes, a Proteção Civil, a Secretaria da Defesa e a Marinha (…) observando toda a trajetória”, afirmou o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador,em rápidas declarações à imprensa em Cancún.
As autoridades mexicanas emitiram outro alerta devido à formação da tempestade Chris na noite de domingo no Golfo do México, o terceiro sistema na temporada do Atlântico.
A tempestade tropical Alberto, a primeira da temporada na região, deixou pelo menos cinco mortos ao passar pelo norte do México há 10 dias.
Ondas de cinco metros
Os serviços meteorológicos em Martinica também previram um mar muito agitado “especialmente nesta segunda-feira”.
São esperadas ondas de 5 metros no canal Saint-Lucie, ao sul da ilha francesa.
A ‘Météo France’ prevê que a temporada de furacões de 2024 será “uma das mais intensas” nesta região.
A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) também previu uma temporada extraordinária no final de maio, com a possibilidade de quatro a sete furacões de categoria 3 ou superior.
A agência citou as temperaturas quentes do oceano Atlântico e as condições relacionadas com o fenômeno climático La Niña no Pacífico para explicar o aumento das tempestades.
Nos últimos anos, os fenômenos meteorológicos extremos, incluindo furacões, tornaram-se mais frequentes e devastadores como resultado da mudança climática.
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