Empresários sugerem restringir número de circulação de pessoas e dias de abertura de empresas Foto: Silvio Túlio
Mais de 7.500 empresas foram fechadas em 2020 e, para representantes dos comerciantes e empresários de Goiás, o número pode ser ainda maior este ano. Desemprego também preocupa. Presidentes de associação de comércio, indústria e da região da 44 pedem reabertura com restrições
Os representantes do segmento empresarial temem uma nova quebradeira de empresas caso o decreto que fechou os comércios não essenciais por sete dias em Goiânia e algumas cidades da Região Metropolitana seja prorrogado por mais uma semana. A medida foi tomada para tentar evitar um colapso no sistema de saúde que está praticamente próximo de uma superlotação.
“Cada dia sem trabalhar é um dia a menos de faturamento, mas continuam vencendo todos os outros compromissos de aluguel, funcionários e todos os outros tributos”, diz o presidente da Fecomércio, Marcelo Baiocchi.
Baiocchi comentou ainda que uma continuidade a partir do dia 8 de março traria um problema maior para o empresário que dificilmente recuperará as finanças para manter a empresa aberta. Ele pede uma reabertura da atividade econômica mais responsável a partir da próxima semana.
“Entendemos que foi necessária essa primeira parada, mas reforçamos que a partir do dia 8 de março haja uma volta responsável com total responsabilidade e também controle de segurança sanitária”, comenta.
Segundo o presidente da Associação Comercial, Industrial e Serviços do Goiás (Acieg), Rubens Fileti, a entidade tem conversado com os prefeitos Rogério Cruz, de Goiânia, e Gustavo Mendanha, de Aparecida de Goiânia, para pedir novas medidas que não atinjam o setor comercial.
“Estamos em diálogo diariamente. Todo dia a gente conversa um pouco com cada prefeito, mas o que a gente vem fazendo é uma proposição, de repente até de restrição de horário principalmente. A gente tem que proporcionar uma restrição de circulação de pessoas”, afirma.
Segundo ele, entre as solicitações está a restrição de horários de funcionamento, como tem acontecido em Senador Canedo.
“Que não restrinja da forma que está, mas que a gente, a partir da próxima semana, coloque horários de funcionamento, até isso a gente concorda: restringir o número de circulação de pessoas, os dias de abertura de empresas”, propõe.
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Fechamento de empresas
Segundo o presidente da Fecomércio, Marcelo Baiocchi, somente em 2020 mais de 7.500 empresas foram fechadas e mais de 20 mil empregos perdidos em Goiás. Empresários temem que o número neste ano seja maior.
“Hoje, como vários benefícios do Governo Federal e as linhas de crédito não estão andando, os empresários não têm dinheiro. Então, se você restringe a comercialização de produtos, você não tem como fazer pagamento, honrar seus compromissos, folha de pagamento, que é o principal entre eles. A compra de matéria-prima, a compra de produtos. Então isso fica muito difícil de ser honrado e nós sabemos que já tem muitos empresários que já estão com dificuldades financeiras”, afirma o presidente da Acieg, Rubens Fileti.
Além disso, segundo Fileti, o desemprego será o primeiro indicador de uma possível crise.
“Não tem outra opção para o empresário. Ele vai fechar porque ele não vai ter dinheiro para continuar com seu negócio. O primeiro indicador que vai aumentar é o desemprego, infelizmente o empresário vai fazer isso. Um setor que está sendo muito prejudicado e que veremos, de novo, várias demissões é o de bares e restaurantes”, comenta.
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“Decreto não pode ser desrespeitado”, diz presidente da Acieg
Mais de 90 estabelecimentos já foram fechados em Aparecida de Goiânia por descumprimento do decreto em vigor. Já em Goiânia a Central Covid-19 fiscalizou mais de 700 comércios e interditou 54 somente nos dois primeiros dias de decreto.
Desde a última segunda-feira, 01/03, quem percorre pelas ruas da capital e da região metropolitana consegue ver vários estabelecimentos abertos. A atitude é repudiada pelo presidente da Acieg.
“A gente observa e nos chegam relatos de que várias empresas não estão respeitando o decreto e decreto tem que ser cumprido, não pode ser desrespeitado”, ressalta Rubens Fileti.
Por meio de nota, a Associação dos Comerciantes da Região da Rua 44 disse que “espera que a prefeitura de Goiânia cumpra com suas obrigações no tangente à fiscalização das vias públicas, onde ambulantes não seguem nenhuma norma preventiva”.
Esperança na vacina
Empresários estão confiantes na aquisição e chegada de mais vacinas para liberação do comércio.
“A gente está brigando muito para que a vacina chegue mais rápido possível e a gente aumente o número de leitos”, diz Rubens Fileti.
“Também estamos confiantes que os governos estadual e federal agilizem a aquisição de mais vacinas contra a Covid-19, sem as quais não será possível a real retomada da economia, com recuperação de empresas e da geração de empregos”, comentaram, em nota, comerciantes da Região da 44.