Polícia Civil apresentou nesta quinta-feira (14) o autônomo Rodrigo Batista Guedes, 31 anos, preso suspeito de extorquir vítimas de furtos e roubos de veículos. Segundo a investigação, ele fingia que estava com os automóveis e dizia que, se os donos não lhe repassasem dinheiro, ia queimá-los. Ao ser preso, ele confessou que adquiria os dados das vítimas porque conseguiu a senha de um banco de dados público do Estado de Goiás. Em um vídeo, ele mostrou aos policiais como acessava o sistema (veja acima).
“A pessoa acabava de ser roubada, duas, três horas depois, a vítima vinha à delegacia e falava: ‘olha aqui, o bandido em contato comigo pelo celular’. Dava informações com muita verossimilhança, que as vítimas acreditavam”, explicou o delegado Gustavo Rigo, responsável pelo caso.
O G1 entrou em contato com a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSPAP), responsável pelo banco de dados, e aguarda um posicionamento sobre o caso.
Guedes foi preso na quarta-feira (13) na casa em que morava com a mulher e a filha, na cidade de Chapada Gaúcha (MG), que fica a 700 km de Goiânia. Segundo a polícia, ele cometia os crimes no local e ainda usava a rede de Wi-Fi da vizinha para acessar a internet.
Ao ser preso, o homem disse que comprou a senha por R$ 1 mil de um hacker, há seis meses. A polícia acredita que, desde então, ele comet os crime.
Centenas de vítimas
Os policiais começaram a investigar o suspeito há quatro meses. Segundo os investigadores, o sistema de monitoramento do banco de dados foi fundamental para ajudar a encontrar o suspeito.
O delegado afirma que Guedes aplicou o golpe em centenas de proprietários de veículos de Goiânia e do interior. Ele entrava em contato com as vítimas por mensagem de texto, por Whatsapp ou ligações. Nas conversas, ele dava detalhes de como o roubo ou o furto ocorreu e ameaçava os donos.
Guedes cobrava de R$ 500 a R$ 1,5 mil de cada vítima. Ele mandava depositar o dinheiro na conta de laranjas, que, conforme a investigação, não tinham conhecimento dos golpes.
” Ele pedia a vizinhos, parentes, pessoas humildes que precisava de uma conta para pegar um dinheiro, e elas cediam” , afirma o delegado.
O homem será indiciado por extorsão continuada. Se condenado, pode pegar de 4 a 10 anos de prisão por cada vez que praticou o crime. Ele ficará detido no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital.
Fonte: G1 Goias