Vereador Santana Gomes: “Tenho certeza que o prefeito vai seguir à risca todos os compromissos políticos”
Vereadores condenaram postura do presidente estadual do MDB, Daniel Vilela, e do grupo de auxiliares que deixaram a administração de Rogério Cruz na prefeitura de Goiânia. De modo geral, parlamentares argumentaram que o momento é delicado, devido à crise sanitária, e o prefeito precisa de apoio
Manoel Messias Rodrigues
Na primeira sessão após a saída coletiva de membros do MDB e aliados de cargos na prefeitura de Goiânia, vereadores usaram a tribuna da Câmara Municipal na manhã desta terça-feira (6/4) para defender o prefeito Rogério Cruz, do partido Republicanos, e criticaram o presidente estadual do MDB, Daniel Vilela, e os secretários que pediram renúncia da gestão municipal. A saída do grupo ocorre quando o prefeito realiza uma espécie de reforma administrativa, colocando, no lugar de emedebistas integrantes do próprio partido Republicanos, alguns vindos de fora de Goiás, e indicações de vereadores.
Essa dança das cadeiras, com visível perda de espaço do MDB, partido do prefeito eleito, Maguito Vilela, que morreu dia 13 de janeiro, deixou insatisfeito o grupo liderado por Daniel Vilela, filho de Maguito. Ao mesmo tempo, Rogério Cruz tem aberto espaço para parlamentares goianenses na gestão, inclusive com a nomeação do vereador Wellington Bessa (DC) para a Secretaria de Educação e de Luan Alves, filho do vereador Clécio Alves (MDB), para a Agência Municipal do Meio Ambiente.
Na sessão da Câmara, o primeiro a criticar a renúncia coletiva de 14 auxiliares do primeiro escalão foi Santana Gomes (PRTB), que propôs uma Comissão Especial de Inquérito para analisar supostas irregularidades nos contratos de recapeamento asfáltico em Goiânia. A Suspensão desses contratos pelo prefeito Rogério Cruz gerou insatisfação no grupo de emedebistas e foi uma das justificativas para deixar a gestão municipal.
Da tribuna, Gomes defendeu o prefeito, disse que pediu investigação para paralisar as obras e cobrou transparência na atividade pública. Ele também criticou a postura dos auxiliares que deixaram a prefeitura.
“Tenho certeza que o prefeito vai seguir à risca todos os compromissos políticos. Por que o prefeito não pode continuar no mesmo projeto com peças diferentes? Agora estão falando que ele está com outro projeto. Não acredito, até porque esta Casa está vigilante”, disse.
“Eu vejo que esta Casa vai ter um contraponto, sim com a administração. Eu estarei aqui fazendo o contraponto. E nós, aqueles 16 vereadores que assinaram [a criação da Comissão de Inquérito] têm o mesmo compromisso”, disse, indicando que deve fazer oposição ao prefeito.
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Kleybe Morais (MDB) argumentou que conhece bem Rogério Cruz, pois conviveu quatro anos com ele na Câmara. E chamou a briga com o MDB de “briguinhas políticas”.
“Ele [Rogério] não está lá porque caiu de paraquedas, foi escolhido pelo Maguito Vilela”, disse.
Já Anderson Sales Bokão (DEM) também ponderou que o momento é de apoiar o prefeito para a cidade superar a situação de calamidade trazida pela pandemia de coronavírus.
“Temos que respeitar e dar apoio ao prefeito Rogério Cruz e ele precisa que a Câmara o ajude a sustentar a governabilidade”, disse.
Também o vereador Willian Veloso (PL) declarou apoio às reformas que estão sendo feitas pelo prefeito Rogério Cruz e disse que o momento é de apoiá-lo.
O líder do prefeito, Sandes Júnior (PP), agradeceu o apoio dos colegas ao prefeito.
Vereador chama emedebistas de “carrapatos do poder”
Pedro Azulão Júnior, do PSB (foto), disse que nesse momento de dificuldade é importante apoiar o prefeito Rogério Cruz, porque, afinal, ele é o administrador da cidade e, portanto, dele depende a população da capital, especialmente os mais carentes. Na opinião do vereador, os emedebistas que pediram demissão da prefeitura são apegados a cargos e não pensam no bem da coletividade.
“Ninguém é insubstituível. Vamos arrumar pessoas técnicas, compromissadas, para ajudar Goiânia”, declarou o parlamentar, acrescentando que a defesa não significa que ele é da base.
“Tenho certeza de que a Câmara tem muito o que contribuir com a cidade e não vou cair em picuinhas desses ‘carrapatos do poder’”, disse, referindo-se aos emedebistas que deixaram a prefeitura.
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Criminalização da política
A vereadora Aava Santiago (PSDB) defendeu a legitimidade do prefeito Rogério Cruz e condenou ações que possam contribuir para a criminalização da política.
“Se admitirmos a proliferação do discurso da antipolítica, que criminaliza as relações políticas, a construção de alianças, estaremos criminalizando o nosso fazer. A Câmara tem o seu maior desafio agora e nós não vamos nos acovardar diante daqueles que tentam intimidar a gente, criminalizando o fazer político. Estamos aqui para fortalecer a democracia construindo soluções para a cidade”, falou.
