sábado - 23 - novembro - 2024

Estados / Paraná / Estudo: Pesquisa revela que cães e gatos podem ter vírus da Covid-19, mas não transmitem

Por Géssica Veloso

Uma pesquisa realizada pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) comprovou que apenas 11% dos cães e gatos que habitam casas de pessoas que tiveram Covid-19 apresentam o vírus nas vias aéreas. Todavia, esses animais não desenvolvem a doença.

Dessa forma, os animais apresentam exames moleculares positivos para SARS-CoV-2, porém não têm sinais clínicos da doença.

De acordo com o médico veterinário Marconi Rodrigues de Farias, professor da Escola de Ciências da Vida da PUC-PR e um dos responsáveis pela pesquisa, até o momento, foram avaliados 55 animais, sendo 45 cães e dez gatos.

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Os animais foram divididos em dois grupos: aqueles que tiveram contato com pessoas com diagnóstico de Covid-19 e os que não tiveram.

O objetivo do estudo é analisar se os animais que moram com pessoas diagnosticadas com Covid-19 têm sintomas respiratórios semelhantes aos dos tutores, se sentem dificuldade para respirar ou apresentam secreção nasal ou ocular.

Foram feitos testes PCR, ou seja, testes moleculares, baseados na pesquisa do material genético do vírus (RNA) em amostras coletadas por swab (cotonete longo e estéril) da nasofaringe dos animais e também coletas de sangue, com a finalidade de ver se os cães e gatos domésticos tinham o vírus.

Segundo Farias, “eles pegam o vírus, mas este não replica nos cães e gatos. Eles não conseguem transmitir”.

O médico também ressalta que a possibilidade de cães e gatos transmitirem a doença é muito pequena. O estudo conclui ainda que em torno de 90% dos animais, mesmo tendo contato com pessoas positivadas, não têm o vírus nas vias aéreas.

Mutação

Até o momento, conforme afirma Farias, pode-se afirmar que animais domésticos têm baixo potencial no ciclo epidemiológico da doença. Contudo, é importante ter em mente que o vírus pode sofrer mutação. Por enquanto, o cão e o gato doméstico não desenvolvem a doença.

A continuidade do trabalho dos pesquisadores da PUC-PR vai revelar se esse vírus, em contato com os animais, pode sofrer mutação e, a partir daí, no futuro, passar a infectar também cães e gatos domésticos.

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“Isso pode acontecer. Aí, o cão e o gato passariam a replicar o vírus. Pode acontecer no futuro. A gente não sabe”, ressalta Farias.

Por isso, segundo o especialista, é importante controlar a doença e vacinar em massa a população, para evitar que o cão e o gato tenham acesso a uma alta carga viral, porque isso pode favorecer a mutação.

A nova etapa da pesquisa vai avaliar se o cão e o gato têm anticorpos contra o vírus. Os dados deverão ser concluídos entre novembro e dezembro deste ano.

O trabalho conta com recursos da própria PUC-PR e do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).

Portal Goiás Notícias Com informações da Agência Brasil

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