quarta-feira - 08 - maio - 2024

Estados / Pará / Divisão: Imprensa local é contrária à divisão do Pará

jornalistas do pará - estado do tapajós

(Imagem: Reprodução/Wikipédia)

Maioria dos jornalistas do estado contatados pelo Portal Comunique-se rejeita a criação da unidade federativa do Tapajós

Anderson Scardoelli*

No que depender da movimentação política, o mapa brasileiro pode ser alterado no decorrer dos próximos meses. Em tramitação no Congresso Nacional, o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 508/2019 prevê a realização de plebiscito para se avançar — ou não — com a ideia de se dividir estado do Pará, com a sua atual porção oeste sendo “emancipada” e formando, assim, uma nova unidade federativa: o Tapajós. Enquanto a proposta aguarda por votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, a imprensa local já tem um veredicto: é contrária à divisão do território paraense.
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A opinião dos jornalistas do Pará — incluindo aqueles atuantes nos 23 municípios que, segundo o PDL, poderão vir a compor o estado do Tapajós — foi mapeada por ação promovida pelo Portal Comunique-se no decorrer desta semana. Por meio do Comunique-se 360, plataforma de mailing imprensa e marketing digital, segmentações foram criadas a fim de “conversar” direta e exclusivamente com os comunicadores locais. Para eles, um questionário foi enviado. A maioria absoluta dos participantes da ação posicionou-se contra a ideia de o governo brasileiro criar um novo estado.

Dos nove jornalistas que responderam ao questionário enviado pela equipe do Portal Comunique-se, sete assinalaram “não” para a pergunta “você é favorável à criação do estado do Tapajós, desmembrando 23 municípios que hoje pertencem ao Pará?”. Ou seja: entre os participantes, 77,8% defendem que o Pará — e consequentemente o Brasil como um todo — siga sem alterar seu mapa geopolítico. Apenas dois dos profissionais de imprensa do estado (equivalente a 22,2% de respondentes) surgiram como promotores do projeto relacionado ao Tapajós.

Independentemente da avaliação por parte dos formadores de opinião, para avançar — ou ser rejeitada de vez — a criação do estado do Tapajós (nome ao rio que corta boa parte do oeste paraense) depende de movimentação política, sobretudo na CCJ, onde a proposta estava inicialmente prevista para ser analisada em novembro de 2021, conforme admite a equipe da Agência Senado.

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Nesse sentido, a maioria dos jornalistas que responderam ao questionário enviado pelo Comunique-se 360 mostra-se cética em relação ao andamento do projeto. Seis dos entrevistados acreditam que 2022 chegará ao fim sem um desfecho sobre o tema. Por outro lado, dois apostam que o caso será definido no decorrer deste ano, enquanto uma pessoa preferiu não responder.

A proposta de criação do estado do Tapajós é conhecida pela inspiração eleitoreira

Constituição Federal prevê em seu artigo 18, parágrafo 3º, que um estado do Brasil pode ser subdividido ou desmembrado a partir de aprovação da “população diretamente interessada”. Nesse ponto, boa parte dos jornalistas locais garante que a população interessada seria aquela distribuída em todo o atual estado do Pará. Assim, sete dos nove respondentes afirmam que o plebiscito deveria ser realizado em todos os municípios paraenses, não somente entre os moradores das 23 cidades previstas para comporem o Tapajós (tese defendida por um dos entrevistados). Há um comunicador local que defende que a consulta seja realizada em todo o país.

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Fonte: Portal Clube de Imprensa

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