Responsável por gerir a crise na saúde durante a pandemia de Covid-19, secretário afirma que as pessoas precisam se vacinar, tomar a segunda dose contra a covid-19, porque qualquer desconforto é “infinitamente menos prejudicial que a doença”
Ismael Alexandrino, secretário estadual de Saúde: “Cerca de 750 mil pessoas em Goiás ainda não foram tomar a segunda dose da vacina contra covid” // Fotos: Divulgação
Um dos homens fortes do Governo Ronaldo Caiado, o secretário de Saúde, Ismael Alexandrino, contabiliza a cifra de R$ 9 bilhões investidos na área de saúde, especialmente em decorrência da pandemia de coronavírus, que assolou o país e Goiás nos dois últimos anos. Mas, segundo afirma, em Goiás a saúde está sendo reestruturada para além da pandemia.
“Inauguramos recentemente o hospital do Centro-Norte, com 307 leitos. É o maior hospital do interior do estado. Nos próximos dias estamos trabalhando firmes para entregar à população o Hospital Estadual da Criança e do Adolescente, deixando a estrutura antiga do Materno para cuidar da mulher”, diz.
E acrescenta:
“Nos próximos 60 dias, devemos entregar mais três Policlínicas: a de Formosa, que provavelmente será a primeira, a da cidade de Goiás e a de São Luís de Montes Belos. Então a regionalização da saúde tem avançado muito e isso é muito claro pra gente, está no plano de governo do governador Ronaldo Caiado, que tive oportunidade de escrevê-lo e estou podendo executá-lo e vamos executá-lo 100%”.
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No último final de semana, Ismael Alexandrino conversou com o repórter Vinícius Portugal, do Portal NOTÍCIAS GOIÁS, durante o Mutirão do Governo do Estado em Aparecida de Goiânia. Na oportunidade, ele defendeu a importância de ações que aproximem o Governo da população mais carente.
“O governo tem que ir até as pessoas que não têm boas condições de vida, oferecendo serviços com exames, vacinas, testes de Covid, cadastramento de pessoas para fazer doação de medula óssea”, diz.
Veja os principais trechos da entrevista, em que ele fala também sobre a baixa procura pela segunda dose da vacina contra covid-19 e sobre a importância de todos se vacinarem.
NOTÍCIAS GOIÁS – Mesmo com informações e reiterados pedidos para vacinação, temos uma baixa procura para tomar a segunda dose contra covid. Por que o povo não está se vacinando completamente?
Ismael Alexandrino – Sempre existiu no Brasil uma mística em torno do vacina. Isso não é novidade. Mas em relação à covid-19 isso foi muito polarizado do ponto de vista político, com várias manifestações em nível federal que trouxeram dúvidas à população. Primeiro em relação à eficiência, depois de que as pessoas estariam sendo utilizadas como cobaias. E outras falácias. E o que nós temos de concreto é que a vacina é eficaz, eficiente e efetiva. A vacina não é experimental, tem de ficar bem claro isso, ela cumpriu todas as etapas. E é muito óbvio, quando a gente olha os nossos dados, à medida que a vacinação vai subindo a quantidade de pacientes internados diminui radicalmente. E basta observar que, das mortes que aconteceram, 88% são de pessoas não vacinadas.
Ou seja, vacinar é fundamental…
Sim, não há o que se discutir em relação à importância da vacina. Nós precisamos vacinar. Algumas pessoas estão alegando, para não tomar a segunda dose, que tiveram alguma reação na primeira dose; isso é normal, é habitual, uma dor no corpo, às vezes até um dia de febre, uma dor de cabeça. Isso é infinitamente menos prejudicial, menos impactante do que a doença, que pode acontecer num curso tranquilo, mas pode levar a óbito, como já levou mais em de 20 mil pessoas no nosso estado e mais de 600 mil pessoas no Brasil. Então é importante que não percamos a racionalidade que o ser humano tem em entender que existe, sim, algo que possa enfrentar a pandemia e esse algo mais efetivo é a vacina.
‘A vacina é eficaz em relação à ômicron, mas não podemos relaxar’
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Em relação à variante ômicron, pode ter um novo fechamento do comércio por causa dessa nova onda, há motivo para alarme?
A ômicron, em todos os estudos que temos observados tanto no exterior como nos primeiros casos já no Brasil, ela é sensível às vacinas. Isso significa que ou a pessoa não pega ou, se pega, tem sintomas leves, ficando praticamente sem sintomas. Então fica absolutamente claro: a vacina é eficaz até o momento em relação à ômicron e, desta forma, não há motivo para alarme. Não podemos relaxar, achar que não tem perigo ou risco; tem. Mas não tem motivo para alarde. E neste momento, dado o curso da pandemia, não há que se falar em fechamento. Isso está fora de cogitação, está descartado. Mas o cuidado ele permanece. É necessário usar máscara até que completemos pelo menos 70% da população vacinada com a segunda dose; temos hoje em torno de 60%, restando cerca de 750 mil pessoas para vacinar a segunda dose. Vacinando, a gente pode estar mais tranquilo.
Os casos de gripe, com baixo índice de vacinação, também preocupam a saúde nesse momento?
Eu faço um pedido, um clamor à população também para que se vacine contra a influenza. No ano passado a população se vacinou bem menos contra influenza. E nós temos vacina disponível de influenza. No Rio de Janeiro, capital, já está um quantitativo muito grande de casos de influenza, que é uma doença sazonal, sempre volta em tempos de chuva, mas a vacina está disponível. Ela é menos mortal do que a covid, mas traz um mal-estar absurdo, parece que passou um caminhão em cima da pessoa. Então a influenza, a gripe, a mais perigosa nesse momento é a H1N1, ela debilita, afasta do emprego e, nos casos mais graves, pode levar a óbito também, porque pode ter pneumonia bacteriana associada. Então eu costumo dizer que a vacina traduz o nível de consciência e de civilidade de uma população. Isso vale pra qualquer vacina. Então precisamos ter a cultura da vacinação enraizada no nosso estado, no nosso país. A prevenção não é um clichê, mas o melhor remédio.