Secretário estadual de Saúde afirma que novos leitos devem ser reabertos de acordo com a necessidade

Aumento de casos não deve se comparar à gravidade de casos no ano passado | Foto: Reprodução / Governo de Rondônia
O Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz emitiu uma nota de alerta após a taxa de ocupação de leitos de UTI destinados a Covid-19 do SUS em Goiás chegar a 91%. Ainda segundo a Fiocruz, Goiânia está na zona de alerta crítico com a mesma porcentagem.
Na tarde desta segunda-feira (07/02) o Painel da Covid-19 do Governo de Goiás registrava 81% de leitos de UTI adultos ocupados sob gestão do Estado. No caso de enfermaria, o número era de 63%. Já a taxa de ocupação na ala pediátrica também diminuiu, depois de chegar a 100% nos últimos dias. Hoje, o Estado registrava 39% de leitos de UTIs disponíveis depois de abrir 10 leitos na última semana.
Durante entrevista ao Portal NG, nesta segunda-feira, o secretário estadual de saúde, Ismael Alexandrino, explicou que o Estado conta com uma estrutura de leitos disponíveis, mas que foram remanejados para outras áreas.
“Temos trabalhado com a taxa de ocupação variando de 83%. Quando chega nos 90% a gente dá início a uma modificação de leitos e é por isso que conseguimos sair de 137 leitos para 220 de UTI de Covid numa rapidez muito grande. Porque os leitos já existem, eles só foram remanejados para outras coisas. Estamos movimentando os leitos de acordo com a necessidade”, salientou.
No último ano, o Estado de Goiás retomou com as cirurgias eletivas e, de acordo com Alexandrino, a expectativa é de que a retomada não pare durante esta nova onda.
“Retomamos as cirurgias eletivas. Começamos o ano com mutirão de cirurgias. Então estamos tentando não parar com essas outras áreas. Temos uma estrutura muito grande. E, na medida que for necessário, vamos titulando essas necessidades e fazendo o manejo. Se houver necessidade a gente amplia covid e diminui outras coisas. Se não houver, a gente vai tocando como está”, comentou.
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Subvariante
Nesta segunda-feira, o Ministério da Saúde confirmou cinco casos das subvariantes da Ômicron, BA.1 e BA.2, no Brasil em São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Para o secretário estadual de saúde de Goiás, os próximos dias devem registrar aumento de casos confirmados e de internações.
“É uma sub variante da ômicron. Nós temos informações de que a cinco casos confirmados no Brasil que, em tese, seria mais transmissível do que a própria ômicron. Mas cinco casos ainda é pouco para a gente fazer esse tipo de afirmação. Acredito que teremos mais alguns dias de subida de transmissão e contágio e, naturalmente de internação também”, comentou.
No entanto, segundo Alexandrino, com a ampliação da vacinação, o número de óbitos não deve seguir as contaminações.
“A ampla vacinação em adultos e crianças protege a população. A ômicron mesmo transmite em uma velocidade absurda, mas os pacientes que estão agravando, proporcionalmente, é em uma quantidade menor. O número de contaminados é gigantesco, mas não se compara com a gravidade que tivemos com a segunda onda”, lembrou.
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“A doença põe muito mais em risco a saúde das crianças do que a vacina”
Em Goiás, menos de 5% da população foi vacinada contra a Covid-19 três semanas após o início da imunização infantil em crianças de 5 a 11 anos. O secretário de saúde do Estado explica que a vacinação no Brasil sempre foi alvo de muita “fake news”.
“A vacina no Brasil sempre foi recheada de muito estigmas. Agora agravou porque entrou o componente político-ideológica”, disse.
Mas ele faz um apelo aos pais e responsáveis das crianças. “Se houver amor, vacine. Temos muita clareza que a doença põe muito mais em risco a saúde das crianças do que a vacina”, salientou.