O ex-vereador Robson Martins está entre os presos da força-tarefa desta terça-feira (18), contra o abuso de crianças e adolescentes, em Campo Grande.
Martins foi preso em casa, na região sul da Capital.
O ex-vereador estava com mandado de prisão em aberto desde o ano passado, quando recebeu a condenação de 8 anos e 6 meses em regime fechado.
A defesa do vereador é feita pelo advogado José Rosa e advogada Eleude Jesus Britto.
“Ele foi condenado em regime fechado, no entanto, nós entramos com pedido de revisão criminal, onde nós pedimos uma tutela antecipada, ou seja, para que fosse antecipada os efeitos da revisão, caso ela viesse prosperar”.
Segundo Rosa, nessa ação, o relator da revisão concedeu a tutela parcial para que Martins cumprisse pena no regime semiaberto.
“O Robson foi avisado sobre a decisão, que ele poderia iniciar em regime semiaberto o cumprimento da pena durante o curso da revisão criminal, mas ele optou por não se apresentar. A revisão criminal foi julgada, caiu a tutela antecipada e nesse momento estamos com prazo para apresentar recurso especial”.
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Com isso, o mandado de prisão voltou a ser pela condenação em regime fechado.
“Ele vai ser levado para o presídio da Polícia Militar. Já passou pelo exame de corpo de delito”, afirmou Rosa.
De acordo com o advogado, o recurso especial que será apresentado pela defesa deve ser julgado em breve.
“Está demorando uma média de 2 a 3 meses para ser julgado no STJ, está tudo rápido, pois está eletrônico”, explica.
Martins foi preso por envolvimento em crime de exploração sexual em 2003, quando ainda atuava como vereador.
Ele foi denunciado por exploração sexual infantil e renunciou.
Depois disso, em 2015 Robson Martins foi acusado de extorquir o ex-vereador Alceu Bueno (PSL) para evitar a divulgação de conteúdos que comprovariam envolvimento dele com adolescentes.
FORÇA-TAREFA
A Operação “Araceli”, deflagrada para cumprir 27 mandados de prisão nesta terça-feira (27), culminou com a prisão de 30 pessoas por praticarem crimes contra crianças e adolescentes em Campo Grande.
Uma coletiva de imprensa foi transmitida pelas redes sociais. No total, os agentes do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), policiais civis e militares se dividiram em dez bairros da cidade.
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A ação foi realizada no bairro Santa Emília, Tarumã, Moreninhas, Jardim Noroeste, Jardim Inápolis, Zé Pereira, Aero Rancho, Parque do Sol, Jardim Centenário e Jardim Canguru. Dos 27 procurados, 20 foram localizados. Outras dez pessoas foram presas antes da operação.
De acordo com o promotor Marcos Alex Vera de Oliveira, da 69ª Promotoria de Justiça, a maioria dos suspeitos tem grau de parentesco com as vítimas.
“93% dos autores desses crimes possuem vínculos familiares com as vítimas, são pais, padrastos, avôs, primos, avôs por afinidade. Isso reflete a dificuldade de denunciar, temos que nos conscientizar e incentivar as pessoas a denunciar, sabendo da dificuldade. A situação é muito delicada, é uma força-tarefa”, diz o promotor.
A delegada Marília de Brito Martins, titular da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), afirma que um dos presos foi flagrado com munições.
Operação “Araceli”
Batizada de Operação “Araceli”, a ação lembra o caso da menina brasileira Araceli Cabrera Sánchez Crespo, assassinada em 18 de maio de 1973, aos 8 anos, na cidade de Serra, no Espírito Santo. O corpo da criança foi encontrado somente seis dias após o crime, desfigurado por ácido e com marcas de violência e abuso sexual.
Os acusados pelo crime foram absolvidos e o processo arquivado pela Justiça, fato que instituiu o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
Fonte: Topmídia