Consultórios odontológicos e terapeutas registram aumento de casos de bruxismo relacionados a ansiedade
Atenção, a ansiedade, o estresse e a variação de humor causados pelo medo e a incerteza gerados pela pandemia do novo Coronavírus e pelo isolamento social contribuíram para o aumento do bruxismo, desordem no sistema nervoso central.
A cirurgiã-dentista, Angélica Siqueira, afirma que o bruxismo pode ter relação com problemas psicológicos em decorrência ao cenário pandêmico atual. Antes da pandemia, havia prevalência de 6% a 8% do bruxismo, em vigília e durante o sono. “Com a deflagração da crise sanitária global, o bruxismo em vigília duplicou, ficando em 12%, enquanto o do sono registrou aumento de quase quatro vezes, passando para 28%”, revela.
Os motivos para a elevação dos casos ainda não foram completamente determinados. Mas as pistas apontam que, segundo a psicóloga Maria Madalena Gióia, o aumento de sintomas de depressão e ansiedade, bem como de distúrbios do sono, ao longo dos meses de Covid-19 podem estar relacionados ao transtorno. “Angústia e medo foram os principais sentimentos vivenciados pelas pessoas durante o período, seja por perder um ente querido ou o emprego, além da incerteza do futuro. Esses desajustes acabam refletindo no funcionamento do corpo, o que chamamos de doenças psicossomáticas”, esclarece a psicóloga.
Psicóloga Maria Madalena Gióia
Cirurgiã-dentista Angélica Siqueira
Pacientes com bruxismo devem ser acompanhados por toda a vida, além do profissional dentista, um psicólogo ou um fisioterapeuta devem trabalhar em conjunto para o controle do tratamento realizado.