domingo - 19 - maio - 2024

Diretor do presídio de Rio Verde e um supervisor são afastados por suspeita de corrupção

Além de mandados de busca e apreensão, foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva e um de prisão temporária / Foto: divulgação

Durante as buscas em celas da unidade prisional, os policiais civis apreenderam drogas, balanças de precisão, aparelhos telefônicos, chips telefônicos, pen drive, dinheiro em espécie, cadernos de anotações diversas, maços de cigarro e um punhal com cabo de madeira. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços ligados aos investigados

O diretor do presídio de Rio Verde e um supervisor de segurança da unidade foram afastados nesta quinta-feira (10/12) após denúncias de corrupção e extorsão. Investigações da Polícia Civil, apontam indícios da existência de um esquema de corrupção, com a possível participação de servidores públicos na facilitação da entrada de objetos ilícitos para os presos.

Informações trocadas via aplicativo de mensagens entre um detento e um agente prisional mostram que detentos mandavam listas de produtos que deveriam ser adquiridos e entregues na unidade. Entre os pedidos estão drogas, telefones celulares, cerveja, energéticos, whisky, entre outros.

De acordo com o delegado responsável pelo caso, Adelson Candeo, durante a operação, além de revista em celas da unidade prisional, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados. As ações são de autoria da Delegacia Regional de Polícia (DRP) de Rio Verde, em parceria com o Ministério Público Estadual.

O delegado Adelson Candeo explica que as investigações, iniciadas há mais de um ano, resultou na deflagração da Operação Eptá, que faz alusão à palavra Epta, que significa o número sete. As duas celas revistadas no presídio são de número sete. O nome também faz alusão ao filme “O milagre da cela 07”.

Prisões

No âmbito da Operação Eptá foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva e um de prisão temporária. Foram presos: um ex-vigilante prisional temporário (VPT), um homem responsável pela movimentação financeira do pagamento de propinas e de um homem que já estava preso (liderança negativa dentro da unidade prisional) que realiza pagamentos para entrada de ilícitos.

Durante as buscas em celas da unidade prisional, os policiais civis apreenderam drogas, balanças de precisão, aparelhos telefônicos, chips telefônicos, pen drive, dinheiro em espécie, cadernos de anotações diversas, maços de cigarro e um punhal com cabo de madeira. Todo o material será periciado.

Ao todo foram mobilizados 35 policiais civis da 8ª DRP, 7ª DRP e 14ª DRP. A ação contou com a participação da Corregedoria da Polícia Penal do Estado de Goiás e do GOPE (Grupo de Operações Penitenciárias Especiais da Polícia Penal do Estado de Goiás), que auxiliaram os policiais civis e promotores no cumprimento dos mandados judiciais dentro do presídio.

Extorsão

O delegado explica que além da suspeita de corrupção, em que a direção do presídio estaria facilitando a entrada desses pedidos dos detentos na unidade, um ex-vigilante prisional temporário é investigado pela prática de extorsão. Em um áudio o VPT ameaça um detento.

Na mensagem o ex-servidor diz ao detento – também chamado de pedófilo –, que se não houver uma explicação sobre uma situação ele não o levará preso, mas que lhe tirará a vida. “Está só eu e um escrivão da Polícia Civil sabendo por enquanto. Eu vou colocar esse mandado na mesa do delegado se você não me explicar direitinho, seu lixo”, ameaça.

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