O cenário financeiro que o prefeito de Senador Canedo, Fernando Pellozo (PSD) assumiu é preocupante. Ele estima que o Município tenha uma dívida que possa chegar aos R$ 200 milhões. As auditorias nas contas da Prefeitura ainda estão em fase de execução, mas as dificuldades em quitar a folha de pagamento e fornecedores já demonstram o tamanho do rombo.
Na primeira semana à frente da Prefeitura, Fernando Pellozo teve que lidar com grande volume de cobranças. Somente a empresa responsável pela limpeza urbana da cidade cobra cerca de R$ 3 milhões de dívidas em atraso. A iluminação pública também acumula contas em aberto junto à concessionária Enel, ocorrendo inclusive ameaça de cortes.
“A verdade é que ainda não sabemos qual o valor das dívidas que a Prefeitura tem. Acreditamos que possa chegar a R$ 200 milhões”, calcula o prefeito Fernando Pellozo. Segundo ele, um empréstimo de R$ 80 milhões, feito junto ao Banco do Brasil para financiar obras de pavimentação, terá sua primeira parcela vencendo neste mês. Mesmo assim,a gestão passada não deixou recursos nas contas da Prefeitura para arcar com o pagamento.
“A situação é preocupante. Já no processo de transição a gente esperava que houvesse dívidas. Mas de fato fomos surpreendidos”, avalia o prefeito recém-empossado. Nesta semana, Fernando Pellozo vai comprometer sua agenda com realização de reuniões com fornecedores da Prefeitura na busca por negociar débitos e impedir que a cidade deixe de ter a prestação de algum serviço.
Folha de pagamento é prioridade
Os servidores da cidade de Senador Canedo ainda não receberam o salário de dezembro. Segundo Fernando Pellozo, o atraso do pagamento é considerada a situação mais grave. “Os servidores trabalharam e não receberam. Estamos em um momento muito sensível, num período de virada de ano e em meio a uma pandemia. Nossa prioridade hoje é quitar a folha”, diz. “Essa situação me pegou de surpresa. É um impacto financeiro e moral. Ficamos sensibilizados com os servidores que não receberam a folha de dezembro”, completa.
O prefeito de Senador Canedo, que também é fisioterapeuta e servidor público na cidade, relata que sente na pele o problema do atraso do salário e que por isso, já no primeiro dia que assumiu a gestão, determinou que seus auxiliares buscassem uma solução rápida.
Na última terça-feira (6) o prefeito se reuniu com líderes do Sindicato dos trabalhadores de Senador Canedo (SindiCanedo) para negociar o pagamento do mês de dezembro. Ficou acordado o parcelamento do salário em duas partes iguais. A primeira parcela, com 50% do salário em atraso, será na segunda-feira, 11 de janeiro, o restante será depositado no dia 21 do mesmo mês. “A gente vai aguardar cair parte de um repasse para pagar parte da folha agora. E a outra parte em 10 dias. Vamos juntar dinheiro para pagar a folha de janeiro até o quinto dia útil de fevereiro e assim regularizar a situação dos servidores”, planeja.
Fernando Pellozo ainda precisa fazer o pagamento do acerto de contas de 2.300 servidores comissionados da gestão anterior, que foram exonerados no começo do mês. “Nós vamos honrar esses compromissos para não deixar nenhum cidadão prejudicado”, confirmou.
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Falhas no abastecimento
O abastecimento de água na cidade de Senador Canedo está sob a responsabilidade da Prefeitura e sempre foi alvo de queixas por parte dos moradores. Nos primeiros dias do ano houve registro de falhas no abastecimento em grande parte da cidade. Segundo Fernando Pellozo, esse é o exemplo de má gestão na cidade. “Temos sete bombas reservas. Todas estavam sem manutenção. As duas que estavam em funcionamento queimaram. Tivemos que correr para fazer a substituição”, diz.
O gasto com maquinário para fornecimento de água na cidade também é apontado pelo prefeito como um gargalo de recursos públicos. “A subestação de captação no Ribeirão Sozinha não está ativada. Então são três geradores de energia que gastam 2.400 litros de diesel por dia para poder fornecer água para a cidade. Isso, economicamente, não é recomendado. Estamos gastando em torno de R $13 mil reais por dia com esse combustível”, aponta. “O sistema de abastecimento está largado às traças e a população sem água”, completa.