Presidente da Câmara Municipal, Suair Teles, e o vereador Paulo Pedrinha, presidente da Comissão de Saúde, foram afastados das funções legislativas por 120 dias, mas vão recorrer da decisão

Policiais civis realizaram buscas nas casas dos envolvidos e nos gabinetes dos vereadores na Câmara Municipal de Inhumas // Foto: divulgação/PC
Alvos de uma operação policial nesta quinta-feira (18/11), o presidente da Câmara Municipal de Inhumas, Suair Teles, e o vereador Paulo Pedrinha, presidente da Comissão de Saúde, foram afastados das funções legislativas por 120 dias. Policiais civis da Delegacia de Polícia de Inhumas, que investiga o caso, cumpriram na manhã desta quinta-feira mandados de busca e apreensão nas residências e gabinetes dos parlamentares da Câmara.
Durante as buscas, foram apreendidos computadores, celulares, documentos e cerca de R$ 10 mil em espécie.
Segundo informou a Polícia Civil, a Operação Findatur investiga três pessoas – os dois deles vereadores e um ex-assessor da Câmara. Eles são suspeitos de prática dos crimes de concussão, corrupção passiva e corrupção ativa.
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Acolhendo a representação do delegado responsável, o Poder Judiciário deferiu a quebra do sigilo fiscal e bancário dos investigados, além do afastamento da função pública dos vereadores.
O inquérito policial apura possível esquema de “rachadinha”, mas não foram divulgados valores. De acordo com a Polícia Civil, um dos vereadores (Paulo Pedrinha) teria empossado no cargo um assessor parlamentar. Porém, exigiu dele vantagem indevida que corresponde à metade dos proventos percebidos para sua permanência no cargo comissionado.
O assessor teria sido obrigado a transferir a metade do salário recebido na Câmara (R$ 900) ao referido vereador. O dinheiro foi transferido para a conta de um terceiro, que possui ligação com o vereador investigado, segundo a polícia.
Defesa vai recorrer do afastamento: ‘Decisão é totalmente descabida’
Advogado de defesa dos investigados, Jackson Vagner Nascimento de Souza (foto) nega que os parlamentares tenham praticado qualquer ato ilícito. Segundo o defensor, o denunciante do caso, um assessor demitido da Comissão de Saúde da Câmara, disse à polícia que foi obrigado pelo vereador Paulo Pedrinha a dividir o seu salário com outra pessoa, supostamente indicada pelo vereador. Mas a defesa contesta essa informação e garante que a decisão de contratar os serviços de outra pessoa foi do próprio assessor, que topou pagá-la com recursos próprios. Sem interferência de Pedrinha e Suair.
“Um ex-funcionário, contratado para assessorar o vereador, quando ele assumiu a comissão da Saúde da Câmara, atuou por cerca de 30 a 40 dias. Como ele não conseguiu desempenhar o papel, acabou exonerado e foi à delegacia fazer uma denúncia de suposta rachadinha”, afirma Jackson Vagner, alegando que a denúncia teria sido motivada por vingança do ex-funcionário, por ter sido demitido.
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“Mas a contratação não partiu do vereador. Foi dele [do ex-assessor]”, frisa.
O presidente da Câmara, segundo o advogado, foi envolvido no caso porque toda contratação passa por ele, pois é o presidente o ordenador de despesas.
“Então, o assessor incluiu o atual presidente nessa denúncia de suposta rachadinha”.
O advogando afirma que está providenciando um recurso para reverter o afastamento dos dois vereadores das funções legislativas.
“Essa decisão é totalmente descabida, uma vez que afasta dois parlamentares, inclusive o presidente da Casa, por 120 dias, mas ela não explica os motivos que ela necessita de todo esse tempo para mantê-los afastados do mandato que o povo concedeu”, argumenta Jackson’ Vagner.