Publicado por: Marcelo José de Sá Diretor-Presidente e Editor-Geral do Site do Jornal Espaço
A prisão de Caio Mário Trivellato Seabra Filho está entre os 22 mandados de preventiva, cumpridos pela PF nesta quarta-feira (17)
Caio Mário Trivellato Seabra Filho. Foto: Geraldo Magela/Agência Senado – Arquivo
A PF (Polícia Federal) prendeu nesta quarta-feira (17) o advogado Caio Mário Trivellato Seabra Filho, um dos diretores da ANM (Agência Nacional de Mineração). O cumprimento está entre os 22 mandatos de prisão preventiva contra uma organização criminosa acusada de corrupção, crimes ambientais e lavagem de dinheiro.
De acordo com a decisão que autorizou os mandados, Seabra “era um agente público de alta patente na ANM que utilizou sua posição para articular e manipular decisões em favor da organização criminosa, recebendo vantagens financeiras substanciais em troca”.
As investigações apontam que a atuação do diretor foi central para que o grupo pudesse se apropriar de bens minerais e continuar a operação ilegal. “A sua atuação envolvia a manipulação de normativos, a cooptação da Procuradoria Federal e o recebimento de vantagens indevidas”, revela a denúncia.
Entre os destaques de Seabra no esquema está a atuação em favor da empresa Aiga Mineração, criada no escopo da organização criminosa. Ele atuou de forma decisiva para alterar a interpretação de uma resolução da ANM, que originalmente assegurava a propriedade da Vale sobre os rejeitos de minério na Mina Capanema. “O objetivo era transferir esses direitos para a Aiga, empresa do grupo criminoso, que avaliava os rejeitos em mais de R$ 200 milhões”.
A agência informou ter tomado conhecimento da operação pela imprensa, mas que não houve comunicação oficial ao órgão sobre eventuais medidas envolvendo servidores ou dirigentes. “A ANM reitera seu compromisso com a legalidade, a transparência e a colaboração com as autoridades, sempre que formalmente demandada, observando o devido processo legal e a continuidade dos serviços regulatórios”.
Cúpula da ANM
Além de Seabra, as investigações apontam para atuação de Guilherme Santana Lopes Gomes, ex-diretor nacional da agência, com interlocução com o grupo desde 2019. Já o gerente regional Leandro César Ferreira de Carvalho é apontado como informante interno, enviando informações antecipadas para aprovação prévia do grupo criminoso a fim de obter validação.
A operação
Segundo a investigação, o grupo movimentou ganhos ilícitos, obtidos a partir da exploração irregular de minério de ferro em áreas de preservação e até em locais tombados, com graves consequências ambientais e sociais. Ainda segundo a PF, projetos vinculados à organização tinham potencial econômico superior a R$ 18 bilhões.
Além dos mandados de prisão, a ação cumpre 79 mandados de busca e apreensão, afastamento de servidores públicos, bloqueio e sequestro de bens no valor de R$ 1,5 bilhão e suspensão das atividades de empresas investigadas. Dos 22 mandados de prisão, 20 já foram cumpridos.
Com informações R7
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