Fotos: Ricardo Stuckert
Publicado por: Marcelo José de Sá Diretor-Presidente e Editor-Geral do Site do Jornal Espaço
Em entrevista ao GLOBO, ela defende maior presença feminina na política, exalta moda nacional e conta detalhes da rotina no Palácio da Alvorada
A primeira-dama Rosângela Silva, a Janja, indicou não ter desistido da ideia de ter um gabinete formal no Palácio do Planalto, onde o presidente despacha. Esse plano foi descartado por conselheiros de Lula que viram risco de atrair a fúria da oposição. Janja contesta a decisão: “A primeira-dama dos Estados Unidos tem um gabinete oficial. Ela tem agenda, tem protagonismo e ninguém questiona isso. Por que o Brasil questiona? Por que aqui tudo parece mais difícil?”, questionou ela em entrevista ao GLOBO.
Em quase duas horas de conversa, a socióloga paranaense também falou sobre os desafios de ampliar a presença feminina na política e o incômodo ao ver reuniões em Brasília dominadas por homens. Em dez meses no poder, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu três mulheres que ocupavam postos-chaves — Daniela Carneiro do Ministério do Turismo, Ana Moser do Ministério dos Esportes e Rita Serrano da presidência da Caixa Econômica Federal — para abrigar outros nomes indicados por caciques do Congresso. “Não é porque eu sou mulher do presidente que vou falar só de batom”, desabafa, antes de dizer que prefere ser chamada de “você” em vez de senhora.
Na entrevista, perguntado a ela, sobre o que diria a quem afirma que, por não ter sido eleita, não deveria se meter em política, Janja respondeu que não incomoda, disse que quem faz essa crítica não enxerga o mundo em que a gente vive hoje. Vou continuar ao lado do presidente, porque acho que é esse o papel que tenho que desempenhar. Não é uma questão de ser eleita ou não. Existem ministros que concorreram e ganharam a eleição ao Senado ou à Câmara, mas a maioria não foi eleita e está lá. Falam muito de eu não ter um gabinete, mas precisamos recolocar essa questão. Nos EUA, a primeira-dama tem. Tem também agenda, protagonismo, e ninguém questiona. Por que se questiona no Brasil? Vou continuar fazendo o que acho correto. Sei os limites. Eu quero saber das discussões, me informar, não quero ouvir de terceiros. Falaram que fui a única primeira-dama que entrou com o presidente no dia da reunião do G-20. Entrei porque ele não soltou da minha mão e falou: “Você está comigo e vai entrar comigo”. Eu me sinto segura.
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