Publicado por: Marcelo José de Sá Diretor-Presidente e Editor-Geral do Site do Jornal Espaço
Em liberdade, Bolsonaro se transforma, como já demonstrou, num agitador de massas; preso, passa a ser a personificação de uma ideia que poderá ser concretizada com ou sem a sua presença

As manifestações do último domingo surpreenderam pela sua dimensão. Centenas de milhares de pessoas lotaram as ruas das principais cidades do país. As palavras de ordem eram a favor de Bolsonaro e em defesa da liberdade. Não houve registro de ocorrências graves. Tudo aconteceu de forma pacífica e ordeira.
Alguns duvidavam do sucesso desses eventos. Afinal, Bolsonaro, o grande líder da oposição no país, não pôde comparecer por determinação judicial. Até entre os organizadores havia uma boa dose de desconfiança. Estavam com a pulga atrás da orelha, pois, se fracassassem, com pouca adesão, dariam munição aos adversários, que há muito esperam por essa oportunidade de desqualificar os bolsonaristas.
Divulgaram informações distorcidas
Ainda não foi desta vez. Alguns fizeram gravações logo pela manhã, quando os manifestantes ainda se dirigiam ao local. Divulgaram imagens com meia dúzia de gatos pingados, como se aquela cena representasse toda a manifestação. Mas o sucesso da presença de tantas pessoas levanta uma pergunta: será que Bolsonaro deixou de ser necessário? Estariam os brasileiros buscando atingir determinados objetivos sem a liderança direta do ex-presidente? Afinal, argumentam alguns, se sua ausência não impediu que milhares saíssem às ruas, talvez ele já não seja mais indispensável para a causa.
Os ensinamentos de Gaudencio
Quem pensa assim pode estar equivocado. Para entender melhor o verdadeiro sentido dos fatos, podemos recorrer aos ensinamentos do psiquiatra Paulo Gaudencio, um dos mais importantes estudiosos de liderança do país. Ele escreveu um best-seller que frequentou as listas dos livros mais vendidos no Brasil e em diversos países: Superdicas para se tornar um verdadeiro líder.
Nessa obra, Gaudencio mostra, de maneira didática e competente, quais são as características essenciais de um líder. Ao longo de décadas, aplicou no mundo corporativo cada um dos conceitos que expôs no livro. Suas lições empolgam pela lucidez e simplicidade.
Um livro que continua a encantar
Como coordenador da série em que sua obra foi publicada, tive a oportunidade de receber e avaliar os comentários dos leitores. As considerações positivas alcançaram unanimidade. Com essas ou outras palavras, diziam entusiasmados: “Foi o melhor livro sobre liderança que já li”. Tanto é verdade que, mesmo após a morte do autor, suas orientações continuam a encantar pessoas no mundo todo.
Em determinado capítulo, Gaudencio afirma:
“Tendo consciência do que pretende, chegou o momento de se empenhar para conquistar o que deseja. Aqui reside, talvez, a mais relevante de todas as explicações para o papel do líder: o importante para ele não é apenas a concretização do sonho ou ser visto como responsável pela sua realização.”
Neste momento, o autor leva a atenção para aquela que talvez seja a maior revelação do livro. Uma consideração contundente, de fundamental importância.
“O segredo está no fato de o líder envolver e comprometer outras pessoas com seu sonho e, depois de algum tempo, os liderados se empenharem na busca de caminhos para que essa grande aspiração seja concretizada, independentemente da participação do líder.”
A ideia já foi implantada
Essa talvez seja a explicação para a importância da ausência de Bolsonaro nas manifestações. Sua pregação em favor da Pátria, Família, Deus e Liberdade de Expressão ficou tão impregnada no espírito dos seus seguidores que passou a ser a própria bandeira deles. Repetindo Gaudencio, os liderados passaram a buscar caminhos para que essa grande aspiração fosse concretizada, com ou sem a presença de Bolsonaro.
Assim, quem julgou, ou torceu, para que o ex-presidente já tivesse perdido sua importância e influência comete o erro de conclusões apressadas, sem respaldo em uma análise mais profunda. Bolsonaro não apenas não perdeu o protagonismo do bolsonarismo, como robustece a cada dia a força da ideia que implantou entre os seus seguidores.
Afinal, preso ou em liberdade?
Por isso, talvez, o receio de seus adversários. Em liberdade, Bolsonaro se transforma, como já demonstrou em inúmeras ocasiões, num agitador de massas. Preso, passa a ser a personificação de uma ideia que poderá ser concretizada com ou sem a sua presença. Afinal, o que seria menos incômodo para aqueles que o enfrentam? Siga pelo Instagram: @polito
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