segunda-feira - 03 - novembro - 2025

Mundo / Polônia / Rússia / Ameaça de Conflito: Polônia aciona artigo 4 da Otan e diz que vive maior ameaça de conflito armado desde a Segunda Guerra

Publicado por: Marcelo José de Sá Diretor-Presidente e Editor-Geral do Site do Jornal Espaço

 

Governo polonês chamou de inaceitável a violação de seu espaço aéreo após drones cruzarem a fronteira e serem derrubados; dispositivo foi acionado pela sétima vez desde a criação da aliança, em 1949

O vice-primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores da Polônia, Radoslaw Sikorski (à esq.), fala em coletiva no Ministério das Relações Exteriores, em Varsóvia, nesta quarta-feira
O vice-primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores da Polônia, Radoslaw Sikorski, fala em coletiva em Varsóvia. Foto: Leszek Szymanski/EFE/EPA

A Polônia acionou nesta quarta-feira (10) o artigo 4 do tratado da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) após registrar ao menos 19 violações de seu espaço aéreo por drones ligados à Rússia durante ataques ao território ucraniano. O dispositivo prevê consultas entre os 32 países da aliança sempre que um membro se sentir ameaçado, mas não autoriza resposta militar imediata. Foi a sétima vez que o artigo é invocado desde a criação da Otan, em 1949. Em 2022, Varsóvia também havia recorrido ao dispositivo após um míssil atingir a Polônia e matar duas pessoas, em episódio inicialmente atribuído a Moscou.

Desta vez, caças da Otan — incluindo F-16 poloneses e F-35 holandeses — foram acionados e derrubaram drones que cruzaram a fronteira. Quatro aeroportos, entre eles os de Varsóvia, chegaram a ser fechados por segurança. Apesar da ação, não houve vítimas graves, mas casas e estruturas foram danificadas por destroços. O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, classificou o episódio como “provocação em grande escala” e afirmou que o país “nunca esteve tão perto de um conflito armado desde a Segunda Guerra Mundial”. Ele acrescentou que Varsóvia está preparada para “diversos cenários” caso haja novas violações.

Líderes europeus condenaram o incidente. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, chamou a violação de “sem precedentes” e prometeu defender “cada centímetro quadrado” do território da União Europeia. O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que o caso é “simplesmente inaceitável”, enquanto o premiê britânico, Keir Starmer, classificou a ação como “extremamente inconsequente”.

Já o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, disse que, “intencional ou não”, o episódio foi “irresponsável e perigoso” e cobrou que Moscou pare de desafiar o espaço aéreo da aliança. A Rússia negou responsabilidade e alegou que seus ataques miravam apenas alvos militares na Ucrânia. O Kremlin afirmou que os drones não teriam alcance para chegar à Polônia e acusou Varsóvia de apresentar “alegações infundadas”.

Se os aliados concluírem que houve um ataque deliberado, o episódio pode escalar para o artigo 5 do tratado, que prevê a defesa coletiva e autoriza resposta militar conjunta. Esse passo, porém, não foi discutido na reunião emergencial desta quarta-feira.

 

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