domingo - 24 - novembro - 2024

Mundo / Brasil / Israel / Conflito: Ministro de Israel diz que Lula não é bem-vindo ao país após sua opinião sobre a guerra

Foto: Ricardo Stuckert
Governo brasileiro ainda não se manifestou oficialmente sobre o assunto

 

Publicado por: Marcelo José de Sá Diretor-Presidente e Editor-Geral do Site do Jornal Espaço

 

Como reagiram aliados e opositores do presidente brasileiro após sua fala recente sobre o conflito entre o povo judeu e o grupo terrorista palestino

O governo de Israel anunciou hoje que considera Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), como “persona non grata”. A decisão foi tomada em resposta às declarações do presidente brasileiro, que comparou as ações de Israel na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, comunicou a decisão através das redes sociais, afirmando que Lula só será bem-vindo novamente no país se pedir desculpas e se retratar. O termo “persona non grata” é uma medida jurídica nas relações internacionais indicando que um representante estrangeiro não é mais bem-vindo.

Katz também classificou a comparação feita por Lula como um grave ataque antissemita que profana a memória do Holocausto. O presidente brasileiro havia classificado a resposta de Israel na Faixa de Gaza como “genocídio” e “chacina”, estabelecendo paralelos com as ações nazistas lideradas por Adolf Hitler no século passado.

As declarações de Lula foram proferidas durante uma entrevista em Adis Abeba, na Etiópia, onde participava da 37ª Cúpula da União Africana e de reuniões bilaterais com líderes africanos. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reagiu nas redes sociais, acusando Lula de banalizar o Holocausto e ultrapassar uma “linha vermelha”. Ele enfatizou que Israel luta pela sua defesa e pelo futuro, buscando a vitória completa.

Reações contrárias e favoráveis à opinião de Lula

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, se manifestou sobre o assunto em sua conta do X (ex-Twtiter), onde classificou a fala de Lula como desastrosa. “Trata-se de um desrespeito absoluto ao povo de Israel e mostra o quanto Lula está desconectado com a realidade do país e do mundo.  Não é aceitável cercear o direito de Israel de se defender neste conflito, que se reacendeu por um ataque covarde do Hamas, uma célula terrorista. Relativizar o Holocausto, onde judeus eram incinerados ou mortos em câmaras de gás, é querer reescrever um dos capítulos mais terríveis da história mundial. O mínimo que se espera é que ele se retrate e se desculpe com o povo judeu”, escreveu.

Caiado ainda aconselhou o chefe do estado brasileiro a se preocupar com os conflitos internos pelos quais passam o país. “Passa da hora de Lula começar a olhar para dentro do Brasil, enfrentar a guerra que se desenrola aqui, nas nossas cidades. Uma guerra que está sendo vencida pelas facções e pelo narcotráfico, e que traz medo, intranquilidade e causa graves prejuízos à economia”, completou.

A Confederação Israelita do Brasil (Conib) divulgou nota de repúdio contra as falas do chefe do Executivo. No pronunciamento oficial, a entidade afirma que o governo vem “adotando uma postura extrema e desequilibrada em relação ao trágico conflito no Oriente Médio, abandonando a tradição de equilíbrio e busca de diálogo da política externa brasileira”.

O líder do PP no Senado, Ciro Nogueira (PI), ex-chefe da Casa Civil no governo Jair Bolsonaro (PL), classificou o teor das afirmações de Lula como “vergonhoso”. Em comunicado oficial à imprensa, o Grupo de Parlamentares Brasil-Israel condenou e considerou “tendenciosas e desonestas” as declarações do presidente.

Em publicação na rede social X, Gleisi afirmou que a manifestação de Lula foi dirigida “ao governo de extrema-direita de Israel, e não aos judeus, ao povo israelense, como tenta manipular Netanyahu”. A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara (PSol-SP), lembrou a morte de mais de 20 mil palestinos após ataques de Israel e afirmou que a fala do petista é “necessária” diante ao avanço do conflito.

 

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