O menino Ohad; a mãe, Keren; e a avó Ruth (D) são entregues pelo Hamas à Cruz Vermelha, na fronteira com o Egito – (crédito: Hamas)
Publicado por: Marcelo José de Sá Diretor-Presidente e Editor-Geral do Site do Jornal Espaço
Novo grupo entre 10 e 13 reféns deve ser entregue pelos extremistas neste sábado. Israel solta 39 prisioneiros palestinos. Saiba quem são os sequestrados que voltaram para casa no pirmeiro dia de trégua humanitária
O grupo terrorista Hamas libertou nesta sexta-feira (24/11) o primeiro grupo de reféns após o acordo firmado com Israel, que prevê uma trégua de quatro dias no conflito na região.
Uma captura de imagem de um vídeo divulgado pelo Gabinete de Mídia do Hamas mostra um refém acenando ao lado de membros de suas Brigadas Al-Qassam antes de ser entregue a funcionários do Comitê Internacional da Cruz Vermelha em Gaza. Foto: Alex Mita / Hamas Media Office AFP
O acordo também prevê que prisioneiros palestinos em Israel sejam soltos. Segundo a imprensa local, treze israelenses mantidos como reféns pelo Hamas desde 7 de outubro foram entregues à Cruz Vermelha.
No Egito, em um local não divulgado, helicópteros do Exército Israel aguardavam para levar as pessoas de volta ao território israelense.
Por trás de cada rosto, uma história. Yaffa Adar, 85 anos, tornou-se símbolo de resiliência e estoicismo, ao ser filmada em um carrinho elétrico cercada de terroristas. Encapuzada, Doron Katz-Asher, 34, foi levada com as filhas Raz, 4, e Aviv, 2, para Gaza na caçamba de uma caminhonete. Yoni Asher, marido de Doron, soube do sequestro por meio de um vídeo divulgado pelo grupo extremista Hamas, nas redes sociais. Hannan Katzir, avó de seis, teve a morte divulgada falsamente pela Jihad Islâmica.
Doron Katz-Asher, 34
Yoni Asher, marido de Doron e pai de Raz e de Aviv, divulgou um vídeo, na noite desta sexta-feira, no qual se diz determinado a ajudar a família a se recuperar do “terrível trauma”. “Teremos dias difíceis pela frente. (…) Não estou comemorando. Não celebrarei até que o último dos reféns retorne para casa. (…) A partir de hoje, as famílias dos reféns são minha nova família. Farei de tudo para garantir que o último sequestrado volte para casa em segurança”, afirmou.
As cinco fazem parte do primeiro grupo de 13 israelenses libertados, nesta sexta-feira (24), em troca de 39 prisioneiros palestinos, depois de 48 dias de cativeiro. São quatro crianças, três mães e seis idosos, que voltarão para casa após exames médicos. Neste sábado, antes das 16h (11h em Brasília), entre 10 e 13 reféns serão soltos, em sua maioria crianças. No âmbito do acordo firmado por Israel e pelo Hamas, e mediado pelo Egito e pelo Catar, 200 caminhões com ajuda humanitária entraram em Gaza por meio da passagem de Rafah — a mesma por onde os reféns deixaram o enclave.
Nos próximos dias, mais reféns serão libertados. A decisão prevê que o grupo terrorista solte mais de 50 reféns, também em troca da soltura de prisioneiros palestinos, que já estavam detidos antes de a guerra começar.
O acordo começou a vigorar às 7h no horário local (2h em Brasília). Segundo o Ministério das Relações Exteriores do Catar, que mediou a situação, o cessar-fogo vale no norte e no sul de Gaza.
“Hoje é o começo da luz no fim do túnel”, disse a Força Aérea de Israel em mensagem divulgada nas redes sociais.
“O governo israelense abraça nossos cidadãos retornando para casa (…) e está comprometido em retornar todos os sequestrados e as pessoas desaparecidas. (…) Além disso, 11 cidadãos estrangeiros foram libertados”, afirma nota do gabinete de Benjamin Netanyahu, ao citar dez tailandeses e um filipino. O presidente dos EUA, Joe Biden, disse que a libertação é “só o começo” e admitiu “possibilidades reais” de prorrogação da trégua de quatro dias em Gaza, prevista para terminar na segunda-feira (27).
Dos 13 reféns libertados, 12 são moradores do kibbutz Nir Oz — 65 civis da mesma comunidade, a 600m da Faixa de Gaza, seguem em poder do Hamas. Diretor do Centro Médico Schneider, para onde foram levados os reféns, Efrat Bron-Harlev assegrou que eles estão com uma “boa condição física” e serão submetidos a avaliação médica e psicológica.
Yoav Shimoni — um israelense de 24 anos que recebeu pelo Facebook um vídeo do corpo da avó materna, Bracha Levinson, executada em Nir Oz — contou que Adina Moshe,72, e Hanna Katiz, 77, eram as melhores amigas dela. “Estou muito aliviado por elas retornarem para seus lares, apesar de suas casas terem sido queimadas até o chão. Mas não deveríamos minimizar a importância da libertação das 214 pessos que ainda estão em Gaza”, disse.
De acordo com Shimoni, o marido de Adina também foi morto em 7 de outubro. Tentou protegê-la, colocando-se na frente dela e recebendo os tiros, dentro do bunker. “Adina foi submetida a uma cirurgia cardíaca, poucos meses atrás. Nós temíamos que ela pudesse morrer em Gaza. Hanna tem problemas de saúde e usava um carrinho elétrico para ajudar a transportar outras pessoas com necessidade de locomoção”, relatou.
Neto de Yocheved Lifshitz — a refém de 85 anos libertada pelo Hamas em 23 de outubro — e de Oded Lifshitz, 83, que segue no cativeiro, Daniel Lifshitz disse que compartilha de uma “felicidade imensa” com os demais membros do kibbutz de Nir Oz. “Sobre meu avô, não posso especular nada por enquanto, mas é uma situação de partir o coração”, comentou.
Segundo Daniel, Rutee Munder, 78, trabalhava como a cabeleireira do kibbutz, enquanto a filha dela, Keren Munder, 54, foi sua professora no jardim de infância. Ohad Munder, 9, filho de Keren, também foi solto. “Danielle Aloni e a filha, Emilia, são amigas da minha família. Margalit Mosez tem o apelido de’Gaga’; é uma mulher incrível, muito poderosa. Hanna Katzir trabalhava passando roupas para a comunidade. São pessoas incríveis e da velha guarda do kibbutz”, acrescentou.
Sob a condição de não ter o nome revelado, uma fonte diplomática israelense se disse “muito feliz com a libertação dos reféns”. “A expectativa é de que todos retornem a Israel o mais rápido possível. Esperamos que as demandas para a soltura de todos os sequestrados sejam cumpridas o quanto antes, e que a Cruz Vemelha tenha acesso a todos no cativeiro”, declarou à reportagem. Na quinta-feira, o Hamas afirmou se opor que os funcionários da organização humanitária entrem em contato com os demais reféns.
Yoni Asher, marido de Doron e pai de Raz e de Aviv, divulgou um vídeo, na noite desta sexta-feira, no qual se diz determinado a ajudar a família a se recuperar do “terrível trauma”. “Teremos dias difíceis pela frente. (…) Não estou comemorando. Não celebrarei até que o último dos reféns retorne para casa. (…) A partir de hoje, as famílias dos reféns são minha nova família. Farei de tudo para garantir que o último sequestrado volte para casa em segurança”, afirmou.
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