
Foram registradas, na madrugada desta quinta-feira (24/2), pelo menos cinco explosões em cidades ucranianas | Foto: Escritório Presidencial da Ucrânia
Após invasão do exército russo e início de bombardeio em diversos pontos do território da Ucrânia, imagens de confrontos já estão circulando na internet. Apesar de a Rússia dizer que os ataques têm apenas como alvo bases aéreas ucranianas e outras áreas militares, não zonas povoadas, o ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros afirmou que a Rússia lançou uma operação em larga escala a partir das fronteiras com Rússia, Bielorrússia e Crimeia. O exército ucraniano diz ter abatido ao cinco aviões russos e um helicóptero, citado pela Reuters e AFP. Várias cidades ucranianas foram atingidas, inclusive a capital, Kiev.
De acordo com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, após a invasão russa, os militares da Ucrânia estão respondendo aos ataques no sul e no norte do país.
Segundo informações da agência Reuters, os militares da Ucrânia afirmaram que mataram 50 soldados dos inimigos na região de Luhansk, destruíram 4 tanques russos em uma estrada perto da cidade de Kharkiv, no leste do país, e que derrubaram 6 aeronaves russas, também no leste do país.
Zelensky afirmou que armas já estão sendo distribuídas entre os cidadãos ucranianos, e pediu para que as pessoas que se consideram aptas a “defender a Ucrânia” procurem os centros do exército nas cidades.
O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, reiterou que a operação lançada pela Rússia é larga escala. As informações recebidas até agora é de que o ataque foi feito pelas fronteiras com Rússia, Bielorrússia e Crimeia.
Por meio de um comunicado, o Ministério russo da Defesa disse que está usando “armas de alta precisão” para inutilizar a “infraestrutura militar, instalações de defesa aérea, aeródromos militares e aviação das Forças Armadas da Ucrânia”.
Continuação da Matéria
Pelo Twitter, o ministro Dmytro Kuleba, disse que “cidades pacíficas da Ucrânia estão sendo atacadas. Esta é uma guerra de agressão. A Ucrânia vai se defender e vencer. O mundo pode e deve parar Putin. É hora de agir agora”.
“A Ucrânia não vai entregar sua liberdade e seu direito de viver em sua própria terra. A Rússia tacou o nosso país do mesmo jeito que a Alemanha fez no início da segunda guerra. A Federação Russa entrou no caminho do mal”, destacou o presidente Volodymyr Zelensky.
Invasão
Na madrugada desta quinta-feira (24/2), a Rússia iniciou uma ampla operação militar para invadir a Ucrânia. Imagens registraram explosões e movimentações de tanques em diferentes cidades ucranianas.
O presidente russo, Vladimir Putin, disse às forças ucranianas que deponham as armas e voltem para casa.
“Quem tentar interferir, ou ainda mais, criar ameaças para o nosso país e nosso povo, deve saber que a resposta da Rússia será imediata e levará a consequências como nunca antes experimentado na história”, afirmou Putin.
Número de mortos na Ucrânia
De acordo com o ministério do Interior, subiu para cinco o número oficial de soldados ucranianos mortos na invasão russa.
Um militar da defesa aérea morreu na região de Zaporiyia, no sul do país, e quatro guardas de fronteira morreram em várias localidades da região de Kherson, também no sul do país, afirmou o ministério.
Comunicados
Em comunicado oficial da Casa Branca na noite desta quarta-feira (23/2) – hora dos EUA – o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que a decisão do presidente russo Vladimir Putin sobre o ataque a Ucrânia trará perdas de vida e sofrimento.
“Putin escolheu uma guerra que trará perdas de vidas e sofrimento. O presidente norte-americano disse também que EUA e seus aliados responderão de forma unida e decisiva. O mundo responsabilizará a Rússia”, ressaltou Biden.
Biden também afirmou que está monitorando a situação e que se reunirá com o G7 nesta quinta (24/2) para anunciar novas sanções à Russia.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, considera Vladimir Putin “responsável por trazer a guerra de volta à Europa”.
Segundo von der Leyen, “o que enfrentamos é um ato de agressão sem precedentes por parte da liderança russa contra um país soberano e independente. O alvo da Rússia não é apenas a região de Donbass, o alvo não é apenas a Ucrânia, o alvo é a estabilidade na Europa e toda a ordem pacífica internacional. Por isso, vamos responsabilizar o presidente Putin”, disse.
As autoridades da Moldávia anunciaram hoje que encerraram o seu espaço aéreo e que também pediram ao Parlamento a introdução do estado de emergência no país, após a invasão da vizinha Ucrânia pela Rússia.
A presidente Maia Sandu disse que o ataque da Rússia à Ucrânia é uma “flagrante violação das normas internacionais”.
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte, Jens Stoltenberg, garantiu que a NATO vai “continuar a fazer tudo o que for necessário para proteger a Aliança da agressão”.
Jens Stoltenberg considera este “um passo defensivo para proteger as nossas nações durante estas crises e irá permitir que sejam utilizadas forças e capacidades, incluindo a força de resposta da NATO, onde seja mais necessária”.
Publicidade
Continuação da Matéria
“Em resposta à escalada militar russa, temos de fortalecer a nossa segurança coletiva na terra, no ar e no mar”, justificou.
A Otan – a aliança militar do Ocidente – afirmou nesta quinta-feira (24/2), em comunicado, que está com o “povo da Ucrânia” e que a Rússia “pagará um preço econômico e político muito alto” pelas suas ações.
No comunicado, a Otan cita ainda o artigo 5 do tratado da organização, que prevê que um ataque armado contra um integrante da aliança é um ataque a todos e pode ter, como resposta, um ataque aramado.
“Condenamos veementemente a decisão da Rússia de estender o reconhecimento às regiões separatistas do leste da Ucrânia. Isso viola ainda mais a soberania e a integridade territorial da Ucrânia e viola os acordos de Minsk, dos quais a Rússia é signatária. Os Aliados nunca aceitarão este reconhecimento ilegal”, disse.
A Aliança afirmou ainda que vai continuar a tomando “todas as medidas necessárias para garantir a segurança e a defesa de todos os Aliados” e condenou também a Bielorrússia por permitir o ataque.
“Estamos enviando forças terrestres e aéreas defensivas adicionais para a parte oriental da Aliança, bem como recursos marítimos adicionais. Aumentamos a prontidão de nossas forças para responder a todas as contingências”, reitera.
“Pedimos que a Rússia cesse imediatamente sua ação militar e retire todas as suas forças da Ucrânia e arredores, respeitando plenamente o direito internacional humanitário e permitindo o acesso humanitário seguro e assistência a todas as pessoas necessitadas”, reforçou.