Os alojamentos não possuíam camas, todos dormiam amontoados em colchões no chão Foto: Divulgação PC
Vítimas eram funcionários do suspeito e trabalhavam cortando eucalipto em uma fazenda sem ter direito a um dia de descanso
A Polícia Civil prendeu um fazendeiro suspeito de manter 11 funcionários em situação análoga a escravidão em uma fazenda de Abadiânia, na região leste de Goiás.
De acordo com a delegada Isabella Joy Lima, a polícia recebeu uma denúncia anônima e, ao chegar no local, constatou que os funcionários trabalhavam em situações degradantes, sem equipamentos de proteção individual, sem receber, sem água potável e sem dia de descanso na semana na corta de eucalipto em uma fazenda.
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“O alojamento onde ficavam era um local inóspito, dormiam 11 pessoas em 2 alojamentos, com colchão de espuma, as vezes os colchões nem eram apropriados, sem cama, sem local para tomar banho. Eles não possuíam EPIs e muitos trabalhavam com motosserra de sandália”, contou.
Além disso, segundo a PC, os funcionários tinham que trabalhar aos domingos para que pudessem garantir o almoço e o jantar, sendo que, depois era cobrado o valor das refeições.
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As vítimas são oriundas do Maranhão e trabalhavam para manter a estadia e alimentação, visto que o empregador havia retido o documento e carteira de trabalho de todos com a promessa de assinar a carteira. Porém, nenhum deles recebeu salário e estavam lá porque não tinham para onde ir.
“Alguns estavam há 2 meses sem receber. Outro estava há dois meses trabalhando e recebeu R$ 50 pelos dois meses”, disse a delegada.
O suspeito foi preso em flagrante nesta segunda-feira, 26/04, e pode responder pelo crime de redução à condição análoga à de escravo.