quinta-feira - 24 - abril - 2025

Estado: Regiões de Goiás onde a SES-GO recomenda lockdown

Em reunião realizada por videoconferência nesta quarta-feira (17), o governador Ronaldo Caiado e o secretário de Estado da Saúde, Ismael Alexandrino, apresentaram um mapa de calor, que aponta em quais regiões a incidência da Covid-19 está mais elevada. A situação epidemiológica será atualizada semanalmente no site da pasta. O debate sobre o agravamento da pandemia em Goiás contou com a participação de prefeitos de todas as regiões do Estado, representantes de entidades, dos poderes Legislativo e Judiciário e do Fórum Empresarial.

“O momento é grave, não é de omissão, nem de se acovardar”, afirmou Caiado, durante a reunião online. “É afrontoso ver, neste momento, pessoas morrendo e outras festejando como se não houvesse nada, como se não ampliassem a disseminação [do coronavírus]”, destacou, ao se referir à realização de festas clandestinas durante o feriado de Carnaval.

O governador também foi enfático ao falar sobre o estresse mental dos profissionais que lidam diretamente com a doença, sobre as campanhas de conscientização e também a respeito da imunização no Estado. “Temos outra interrogação: pessoas que tomaram a primeira dose e não estão voltando para tomar a segunda. Essa política tem que ser feita em cada município pelo agente comunitário de saúde, nas rádios, convidando essas pessoas”, sugeriu.

“Isto é de uma irresponsabilidade, nós estaríamos jogando fora todo o esforço que fizemos para não sobrecarregar a estrutura hospitalar no nosso Estado”, complementou o governador, ao cobrar posturas mais contundentes dos líderes municipais.

O procurador-geral da Justiça, Aylton Vechi, validou a liderança do Governo de Goiás para a execução de ações coordenadas. “O norte está sendo dado pelo Estado. Não podemos atuar com ações isoladas e individuais”, sustentou. Ele ainda se manifestou duramente contra os gestores que permitem a vacinação de pessoas que não integram a lista de prioridade do Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde (MS). “Quando isso não acontece, infelizmente sobra para o Ministério Público a apuração desses casos, emblemáticos”, e completou: “Quem está à frente de algum cargo tem a responsabilidade de dar o devido tratamento para esta questão.”

Na mesma linha foram as pontuações do chefe da Procuradoria da República em Goiás, Ailton Benedito de Souza. “Os protocolos precisam ser cumpridos. Se não forem, fiscalização e punições são necessárias para garantir a eficiência e a eficácia das medidas estabelecidas pelas autoridades”, assinalou o representante do Ministério Público Federal.

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) elaborou um mapa de calor, onde mostra a situação da pandemia no Estado. No estudo, o Estado de Goiás foi dividido em 18 regiões, levando em consideração as suas particularidades. No mapa, as regiões do Entorno Sul, Estrada de Ferro, Nordeste II, Oeste I, Rio Vermelho e São Patrício I apresentam, nesta quarta-feira (17), situação de calamidade, em que há recomendação para lockdown (fechamento completo das atividades não essenciais).

No Entorno Sul, estão municípios como Águas Lindas e Cidade Ocidental. Na Estrada de Ferro, constam Catalão e Caldas Novas. A região Nordeste II tem municípios como Posse e São Domingos. Iporá e Montes Claros estão na região Oeste I. Na região Rio Vermelho, há municípios como cidade de Goiás e Aruanã. Por fim, Ceres e Crixás, entre outras, compõem a região do São Patrício I.

Em situação crítica estão as regiões Central, Centro Sul, Entorno Norte, Nordeste I, Norte, São Patrício II, Sudoeste II e Sul. Já as regiões Oeste II, Pireneus, Serra da Mesa e Sudoeste I estão em situação de alerta. A superintendente de Vigilância em Saúde SES, Flúvia Amorim, explicou que esses dados podem mudar a qualquer momento e sendo assim uma região pode entrar ou sair de uma dessas situações.

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Na noite desta terça, a SES divulgou uma nota técnica com recomendações sanitárias para conter o avanço da doença. Segundo o secretário Ismael Alexandrino, o mapa de calor será atualizado toda sexta-feira e junto com as novas orientações auxiliarão os gestores na definição de medidas e estratégias para conter o avanço da Covid-19.

Nota técnica

A nota técnica emitida pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) traz recomendações sanitárias para conter o avanço da Covid-19 no Estado. As orientações são em função do aumento de número de casos da doença e mortes confirmadas e também devido ao quantitativo de solicitações de internações e da taxa de ocupação de leitos hospitalares. No documento, a SES informa que o Estado foi dividido em 18 regionais de saúde e três níveis foram estabelecidos para orientar gestores dos municípios sobre as medidas para restringir a circulação de pessoas.

Para a classificação, serão observados indicadores dos seguintes aspectos: aceleração de contágio e sobrecarga do sistema de saúde. No item um são verificados: velocidade de contágio no tempo (Rt); incidência de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) e variação de mortalidade por Covid-19. O grupo que representa o segundo fator integra: taxa de crescimento de solicitações de leitos de UTI ao Complexo Regulador Estadual; taxa de ocupação de leitos de UTI, públicos e privados, dedicados para Covid-19; taxa de ocupação de leitos de enfermaria, públicos e privados, dedicados para Covid-19.

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O documento estipula que caso ocorra a piora dos indicadores, medidas mais restritivas devem ser mantidas por pelo menos 14 dias pelo município da respectiva região; em caso de melhora, medidas menos restritivas podem ser adotadas a partir da semana seguinte.

A classificação “alerta” significa que a cidade deve manter as atividades econômicas, mas com atenção aos protocolos sanitários. Já quando a classificação for “crítica”, é recomendado que o município reduza a capacidade de funcionamento em no máximo 30% de igrejas e bares, e 50% das demais atividades.

O grau “calamidade” é o mais grave, em que a orientação é fechar todas as atividades consideradas não essenciais, mantendo abertos apenas locais como hospitais, supermercados e farmácias.

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