domingo - 06 - julho - 2025

Mundo / Brasil-Canadá / Incêndios Florestais: Lanche na hora do almoço, saudade e 5 horas no mato: a rotina da missão brasileira no Canadá

Brigadistas Brasileiros trabalham sem cessar no Canadá. Fotos: Divulgação/Ibama

 

Publicado por: Marcelo José de Sá Diretor-Presidente e Editor-Geral do Site do Jornal Espaço

 

Mais de 100 brasileiros foram enviados ao Canadá para ajudar a combater os incêndios florestais

O governo brasileiro, representado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), enviou, em 21 de julho, 102 agentes para ajudar a combater os incêndios florestais no Canadá.

A expedição ao Canadá entrou para a história como a maior missão humanitária realizada pelo Brasil. Toda a operação é coordenada pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores e financiada pelo governo canadense.

Procurados pelo Portal Metrópoles, integrantes da comitiva enviada ao exterior compartilharam a experiência de participar de uma missão humanitária, além de descrever o dia a dia no controle das chamas na região.

Imagem colorida de equipe enviada para a missão humanitária contra os incêndios florestais no Canadá - Metrópoles

Delegação brasileira selecionada para atuar na missão humanitária contra os incêndios florestais no Canadá. Fotos: Divulgação/Ibama

Café e suco ilimitados e até serviço de “lavanderia”

Barracas individuais ou para a delegação, cozinha com suco e café ilimitados, refeitório e até serviço de “lavanderia” fazem parte do “pacote” oferecido pelo governo canadense aos integrantes da missão humanitária contra os incêndios florestais no país.

Em vídeo enviado, a chefe do serviço de operações do Prevfogo, Ana Maria Canut, mostrou o acampamento. No local, há: barracas do agrupamento brasileiro, espaço livre para montagem de barracas individuais, cozinha, refeitório, banheiro químico, pias externas, chuveiros, trailers das salas de comando da missão e local para coleta de garrafas d’água — que serão recicladas. Além de barracas aquecidas que funcionam como uma lavanderia.

Veja a tour pelo local:

Cada combatente prepara diariamente sua mochila com lanches e garrafas d’água — é necessário pegar a quantidade total de água que será consumida durante as missões de combate, pois os brigadistas ficam cerca de 5 horas em áreas remotas da floresta.

Para a equipe, o maior impacto foi a alimentação, considerada “muito diferente do Brasil”. No Canadá, eles têm o hábito de fazer um lanche. Os profissionais também sentem falta das famílias e amigos que estão a cerca de 10.363 km de distância.

A conexão com a internet é disponibilizada nas bases, onde os brigadistas e especialistas conseguem entrar em contato com os familiares, além de acessar as redes sociais durante as noites ou antes de sair do acampamento.

Mas, vale ressaltar, que os profissionais in loco estão acostumados com esse tipo de rotina de trabalho. No Brasil, eles chegam a ficar 30 dias fora de casa no combate a incêndios. “A novidade é estarem no Canadá”, disse o analista ambiental e coordenador-geral da delegação do Brasil, Gabriel Zacharias.

A maior missão humanitária do Brasil

Os profissionais concordam que participar de uma missão humanitária, principalmente no contexto de ser a maior realizada pelo Brasil, é “gratificante”. Além de ser uma oportunidade de representar o país no exterior, eles afirmam que é o momento de compartilhar o conhecimento nacional a respeito do combate a incêndios.

Zacharias ressalta que a operação pode ter sido “uma das maiores mobilizações de brigadistas e combatentes no mundo” devido a quantidade de profissionais de diferentes nacionalidades atuando em conjunto no território canadense.

A comissão brasileira relata que não escutou críticas em relação à preservação ou à gestão ambiental do país de outros profissionais que atuam na operação no Canadá. “O Brasil e outros países foram muito bem recebidos e estão sendo muito bem tratados pelos governos tanto federal quanto os provinciais” afirmou o coordenador-geral.

Seleção e atuação

O Ibama informou ao portal que a seleção da equipe foi definida pela chefia e pelo Serviço de Operações do Prevfogo e aprovada pela Diretoria de Proteção Ambiental pela expertise de atuação dos brigadistas.

A comissão brasileira ficará no Canadá durante 30 dias, até 22 de agosto. Estão na expedição coordenador-geral da delegação do Brasil, Gabriel Zacharias, e os 102 combatentes selecionados, sendo 42 especialistas do Ibama.

De acordo com Zacharias, “não existe ainda uma perspectiva da possibilidade de ser ampliado esse período”. No entanto, as regras canadenses possibilitam a extensão da estadia da delegação por, no máximo, mais 15 dias.

“Se fosse necessário mais do que isso, teria que ser acionada outra equipe brasileira. Mas entendemos que isso vai ser muito difícil de acontecer, porque já se decidiu por não mobilizar mais ninguém de outro país”, revela Zacharias. “Então, da nossa perspectiva, continua a previsão de retorno ao Brasil no dia 22 de agosto”, completa.

 

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