
Elize Matsunaga e o advogado de defesa Luciano de Freitas Santoro | Foto: Reprodução
A Justiça de São Paulo concedeu nesta segunda-feira (30/5) liberdade condicional à Elize Matsunaga, condenada há mais de 19 anos por assassinar o marido Marcos Matsunaga em 2012. Em vídeo divulgado pela defesa, ela aparece ao lado do advogado, Luciano de Freitas Santoro, e diz que está “muito, muito feliz” com o novo momento e que acredita que o marido já a perdoou.
“Estou muito, muito feliz mesmo de ter vencido essa etapa, sei que teremos outras, uma nova etapa agora. Mas estou muito feliz por ter vencido, pelas pessoas que me apoiaram, pelas pessoas que compreenderam. Infelizmente não posso consertar o que passou, o que eu cometi, estou tendo uma segunda chance. Eu acredito na espiritualidade e acredito que ele [Marcos] já tenha me perdoado e peço por ele nas minhas orações”, disse Elize.
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Ela foi solta após a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) cumprir o alvará de soltura expedido pela Justiça. A bacharel em direito saiu da penitenciária Santa Maria Eufrásia Pelletier, em Tremembé, no interior paulista, após cumprir 10 anos de prisão em regime fechado.
Na penitenciária, onde cumpriu pena ao lado de detentas em crimes que causaram grande repercussão, como Suzane von Richthofen e Anna Jatobá, ela trabalhou no regime semiaberto para diminuir a pena. Elize trabalhou na área da costura, ganhou salário e pôde ter direito às saídas temporárias.
Inicialmente, ela havia sido condenada a 19 anos e 11 meses de prisão, mas, em 2019, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) reduziu a pena para 16 anos e três meses.
Agora ela passará o restante do tempo de pena em liberdade, tendo que cumprir algumas regras, como informar periodicamente a ocupação e o endereço à Justiça.
Autobiografia — Recentemente, Elize participou de um documentário e agora anunciou sua autobiografia, intitulada “Piquenique no Inferno”, que escreveu à mão na prisão, para pedir perdão à filha, que está impedida de ver desde 2012.
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Relembre o caso
Em 19 de maio de 2012, Marcos Matsunaga foi morto no duplex de pouco mais de 500 m² onde o casal morava com a filha, na Vila Leopoldina (zona oeste de São Paulo), com um tiro de pistola 380 efetuado por Elize.
Em seguida, teve o corpo esquartejado em sete partes que foram espalhadas pela mulher na região de Cotia, na região metropolitana da capital paulista. Imagens das câmeras de segurança do edifício onde viviam mostraram Elize entrando no elevador, horas após o crime, carregando três malas. Ela deixou o local de carro e retornou sem nenhuma delas.
Durante o julgamento, Elize alegou ter matado o marido e presidente da empresa alimentícia Yoki durante uma discussão e afirmou que ele a ofendeu e ameaçou interná-la em uma instituição psiquiátrica para mantê-la longe da filha. Ainda de acordo com Elize, o casal discutia porque ela confrontou o marido sobre traições.
Por: Marcelo José de Sá – Editor-Presidente e Diretor-Geral do Site do jornal Espaço